sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

189 - Se não se luta nada se alcança: Alice desanimada com tudo lança o repto.Respondo-lhe:urge sabermos o que queremos para nós Para este País Para este Mundo onde tudo agora nos aflige.Se o soubermos Saberemos como conseguir alcançar a alvorada. De contrário Afogar-nos-emos na decepção Na tristeza No desânimo. Será que queremos algo que favoreça apenas e tão só os poderosos? Será que estaremos dispostos a ser apenas servos? Será que estaremos tão embotados que já não conseguimos descernir a mentira da verdade? Alice ouve e cisma.De sopetão diz:deveríamos ser capazes de fazer do amor o alicerce de tudo na nossa vida.Pessoal e colectiva.Amor com amor se paga. Diz o Povo.Respondo-lhe: por amor deveríamos varrer o lixo social que nos infesta os lemes vários.Agora até a opção digital para a televisão se mostraferida do mesmo:foi tudo programado para os lucros chorudos das grandes empresas.Mesmo que se condene meio País a não ter acesso a nada.Desde a saúde à educação Do trabalho à segurança social Tudo está pensado para servir os poderosos.Para os outros... caridades que de há muito estão feridas de traição aos ideais que lhe são próprios.Estamos à porta de um novo ano.Seremos capazes de escrever Povo(s)nas nossas prioridades? Seremos capazes de mandar para o lixo da história todos quantos nos têm traído e roubado? É que nem a cultura escapa.E começa a haver medo de plubicitar obras que se afigurem incómodas para o actual regime.Regime que pensa que há um País de milionários a que podem sacar tudo a favor dos pobres ricos que tudo têm feito para prejudicar o seu próprio País.Roubaram-no. Esbanjaram-no.Traíram-no. Tudo por meros interesses pessoais ou de grupo.Mais uma vez o próprio titular da Presidência da República fugiu às suas responsabilidades e não enviou para controle de constitucionalidade o Orçamento do Estado.Critica mas...não colide.Não afronta. Não chama à pedra os responsáveis que lhe motivaram as críticas.Representa o Povo? Olha Alice:esperemos que o novo ano nos traga a todos uma nova esperança e que esta seja de facto positiva e correctiva de todo este pantanal em que nos deixámos cair... ou será que a maioria que votou em quem votou não tem responsabilidades? Haja estrelas no céu e fontes de água pura na terra. PARA TODOS!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

188 - Esta direita que nos desgoverna Acaba de meter o pé no pântano. Aliás Se o Presidente da República não fosse quem é Teria despedido o Primeiro Ministro de sopetão:quando tal personagem se lembrou de aconselhar a emigração aos professores ( poderia ser qualquer outra profissão como no real acontece)significa que o seu modelo governativo não tem futuro e apenas o desastre será o desfecho.Como se tal não bastasse Prepara-se o governo do dito para novos ataques ao Trabalho: vai poder-se despedir quando o mandante entender que o mandado não tem perfil para a execução do que quiser e... tudo mais barato nas indmnizações... se houver lugar às mesmas.Mais tento nalíngua deveria também ter o Cardeal de Lisboa e lembrar-se que se as IPSS's e as Misericórdias ofertam ao Estado trabalho mais em conta do que o praticado pelo dito Muito disso se deve à exploração e baixos salários que de modo pouco cristão exercem sobre os seus trabalhadores. Caro cardeal: onde mora a justiça solidáreia e cristã? E se falarmos na apropriação coerciva dos bens de muitos dos velhinhos que tão cristamente acolhem? Não se pode meter tudo no mesmo saco.Mas há questões incómodas e até criminosas em gente que faz do cristianismo um modo de vida bem mais à imagem dos senhores do lucro do que de Cristo.Talvez por isso que não se cansem de abençoar o poder mesmo quando este ataca e empobrece o seu próprio Povo.Passos e Relvas até não se importam de ser cristãos num modelo que lhes dá segurança e assegura a resignação e a obediência e que lhes permite ir transformando este País num viveiro de exploração desenfreada e louca que apenas visa a estupidez total. Basta vermos a taxa de IVA para a restauração e vermos o que isso onera o turismo que por acaso até era uma grande fonte de receita.De não esquecer a venda das empresas estratégicas e a total cedência ao capital estrangeiro e mundial. Para o trabalhador por conta de outrém ( a maioria) o ónus é total. Salários cada vez mais baixos, congelados até à exaustão, reformas a diminuir e ausência de trabalho a sério.Contratos? Só se for para tarefas.Breves que os mandantes não querem gastar muito. Só querem lucros. Se tufdo isto não está a transformar-se num manicómio...Pode ser que o Natal traga alguma luz a todos e saibamos varrer tal lixo para bem longe e onde possas ser incinerado de vez.Ainda por cima o inefável Relvas vem dizer que encontrou jovens portugueses em Moçambique que eram felizes e cheios de sucesso nos seus negócios e que somos todos reaccionários se criticarmos o primeiro ministro pelo que disse sobre a emigração dos cérebros que formámos e que não nos devemos esquecer que quando somos universalistas somos um êxito assegurado.Quem lhe oferta um espelho? Pode ser que ele perceba de vez que o seu pensamento não é contemporâneo e muito menos progressivo.Que o modelo social que defende é idêntico ao do Marcelo Caetano apenas com a diferença do tempo.Que faz parte dos que invocam o patriotismo para enganar porque são autores da traição maior: a subjugação de tudo e de todos aos interesses estrangeiros... desde que eles próprios ganhem algo com isso.Será preciso lembrar-lhe as troca tintas que tem feito em Tomar? Enfim... esperemos que o País acorde de vez e mande toda esta gente para onde não façam mal a ninguém. Portugal merece um pouco mais de dignidade e de honra e de futuro.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

187 - Os ciclos históricos das civilizações Renovam-se ao ritmo dos mil anos. Estamos a respirar mais um fim de um ciclo.O capitalismo afunda-se em si próprio.Faz dos capitais fonte de receita já que a economia real claudica ante a saturação dos mercados e o empobrecimento generalizado a que nos condenam.Se formos atentos aos sinais da própria Natureza concluiremos que há saturação e pressão que comprometem a própria vida humana e não só.Há pois que reformular caminhos Renovar ideários Promover mudanças que tragam mais sorrisos do que lágrimas.Para tanto há que destruir ou aniquilar os ditames capitalistas que nos estão a sufocar. Não queremos com isto dizer que abandonaremos o conhecimento e o saber tecnológico entretanto adquirido.Muito menos arredar de todos nós o conhecimento humanista existente. Há que redimir toda esta sociedade humana que se afunda em fossos sociais e ideológicos e materiais incomensuráveis.Não vale a pena ter medo ou metermo-nos em casulos de desistência ou de resignação.Há que esclarecer e imprimir dinâmicas que levem à transformação real da vida. Para melhor. Para todos. Sem deixar de dizer que há que cortar a sério com todos os egoísmos criminosos que nos cavaram as actuais situações. E se o tempo natalício é a festa da luz por excelência Sem deixar de ser a festa do nascimento Haverá que lhe prosseguir a dinâmica e iluminar as mentes e levar os Povos a realizarem o nascimento de uma sociedade mais livre e mais justa em que todo e qualquer ser humano nele possa conviver sem receios de nada.Esforço gigantesco? Face aos perigos de extinção... não nos parece que seja algo que não se possa e deva fazer.Até lá há que tentarimpedir que todos quantos atentam contra a dignidade e a liberdade dos povos pela via do empobrecimento generalizado A melhor doença com que se pode infectar os povos e programar genocídios legais e que tentam tornar os autores em santos salvadores do que afundam e traiem.Assim sendo Bom Futuro!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

186 - A greve geral teve o êxito que todos os portugueses quiseram. Fez mossa.Houve recuo no orçamento geral do estado.É pouco para tudo o que nos afoga no presente momento? Certamente que sim.Basta olhar as novas taxas moderadoras da saúde.Dificulta-se o acesso dos utentes até aos centros de saúde.É o que dá ter um cobrador de impostos como ministro da saúde e que não pára de colocar em lugares chaves dos hospitais e não só a rapaziada do partido respectivo sem se incomodar se são aptos para as tarefas que vão ter que desempenhar ou não.Queira-se ou não... os crimes de lesa Pátria continuam a ser praticados pelo actual governo e... legaliza-se a ilegalidade.Em nome do lucro. De quem? do grande capital mundial.Nada mais do que isto.E nada melhora do lado da União Europeia. Querem restringir a soberania dos Países membros e ingerir nos seus orçamentos.Outros querem uma UE a duas velocidades: uns... os filhos e outros... os enteados.E viva a equidade e a liberdade e a democracia e a justiça social... estes senhores são os principais orquestradores da miséria e ruína que vai crescendo e alastrando por toda a Europa.E tentam ainda anular tudo o que seja contestação e reivindicação dos trabalhadores.Claro que sim.Se o capital quer ser o imperador incontestado...porque não há-de ter um enorme rebanho de escravos? Será por isto que o nosso governo se multiplica em apelos para que o bom povo nada conteste e tudo aceite mesmo que tudo isso signifique a perca de dignidade humana e a miséria absoluta?o DIABO ANDA À SOLTA no hemisfério ocidental. Cabe-nos a nós saber que resposta vamos dar. Queremos viver ou sufocar? Queremos ser livres ou não? Queremos ser humanos ou não? não esquecer que até o natal do ano em curso vai ser mais encolhido para a esmagadora maioria dos portugueses.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

185 - Alice anda revoltada. Afogueada. Fartinha de falar a muitas orelhas.Olhos nos olhos.Despida do seu País das Maravilhas que já não sabe onde ficou.Constipada e temerosa. Diz:o Passos Coelho disse que devíamos aprender com os erros do passado recente.A começar por ele.Muitos dos que andam em liça com a justiça por desvios de verbas e enriquecimento ultra-rápido e apoderação de verbas públicas e crimes de vária ordem que mete corrupção e muito mais... são antigos ministros e deputados e governantes de outra ordem de Cavaco Silva e Durão Barroso. Claro que o PS não ficará de fora de muitas destas situações.Nem o CDS do inefável Paulo Portas. Senhores e senhoras que mais sabem mandar do que trabalhar. Gente que meteu na cabeça que é acima de tudo e de todos.Gente que acha que o Povo são os que lhes têm que fornecer tudo... dinheiro incluso.Despirem a pele para que suas excelências sejam a virtude e o pasmo.Gentalha que aufere o que não deve por muito que tenham talhado leis e habilidades para que se pudessem abotoar com o que nunca foi seu.Enfim... o fado do pobre burro que muito se resigna e pouco luta para seu bem.Claro. Em vésperas de uma greve geral... não falta perdulários e outros que tais a perorar que o Zé Povinho não deveria fazê-la. O País está de tanga... tem a troika à perna...temos que trabalhar... ganhar cada vez menos...esfalfar-nos cada vez mais...perder amor a direitos humanos e de dignidade de trabalhador...temos que ser felizes com as nossas dores... perceber que o Estado não nos pode dar tudo mass pode-nos pedir tudo...incluindo a própria vida.Suas excelências serão sempre salvaguardadas mesmo que se lhes rate alguma coisa para que não pareça tudo uma obscenidade.Curiosamente nem a Alemanha escapa à predação dos mercados.A Merkel tem homens de mão nos governos da Grécia e da Itália e de Portugal e de Espanha e...não chega. Os mercados querem destruir a Europa e o seu euro. Os mercados e os EUA e outros que tais. O mundo global do capital enlouquecido não suporta devaneios sociais ou direitos humanos ou gente feliz.O mercado global quer a guerra convencido que não pode desistir do lucro total com que quer viver.Seja como for... Alice acredita que há muito ainda a mudar e que o mundo e a vida sempre foram e serão tatuados pela marcha e pelo respirar do Trabalho. São os Povos e nunca as elites que transformam o mundo e a vida.Tudo o resto são regras dos que se servem das democracias para as negar e roubando os povos do máximo que puderem enquanto os Povos o deixarem.Um dia se perceberá quem tem razão. Até lá... como diz Alice: haja a greve geral e todas as outras lutas que tiverem que acontecer. Não podemos sucumbir à resignação dos rebanhos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

184 - A vinte e um de Outubro do acorrente ano a Frente Comum da Função Pública levou cinco mil pessoas a manifestar-se desde o Rossio até ao Ministério das Finanças.Tiveram que entregar a Resolução na porta da garagem. Viram-se manifestantes sentados na rua. Todos cantaram o Grândola Vila Morena. Gritaram que o Povo Unido Jamais será vencido. Trautearam a Tourada.Gritaram que o fascismo nunca mais virá e que a sua luta irira continuar. Alice emocionou-se.Apesar da falta de respeito e sobranceria dos serviços do Ministério face aos manifestantes. Apesar de toda a aleivosia que este governo destila face a tudo o que são direitos sociais e de trabalho que apenas dignificam quem exerce. Apesar do destruir da soberania e da independência nacionais ( Passos Coleho prefere dizer Autonomia)a troco de apenas cumprir com os ditames do Capital que tenta destruir os Países e os Povos e de ser considerado ( o governo) fiel escravo de uma Comissão Europeia que Seguindo esta linha apenas pode esperar a ditadura alemã ou Pior ainda a implosão europeia face ao crescente poderio dos Países emergentes.Há ainda portugueses que não aceitam esta humilhante capitulação de Passos Coelho e Miguel Relvas e Vítor Gaspar e todos os demais membros do Governo e não só. Todos quantos contribuiram para tanto... já fecharam os tribunais?.... Quando estes senhores ganharem o salário mínimo... forem criminalizados por todas as decisões que prejudiquem o Povo e o País... quando o Capital for obrigado a pagar o que deve ao País e proibido de o espoliar de tudo e até da alma... poderemos aspirar a um Mundo mais pacífico e equitativo. Enquanto respeitarmos o irrespeitável e dermos guarida a todos os crimes de lesa-Pátria e de lesa-Cidadão Não nos poderemos queixar da escravatura que nos vão dando à colher.Vêm aí mais lutas. Os distraídos e os outros que andam sempre a leste de tudo será que os veremos de mão dada com todos os que vão engrossando as fileiras da Indignação? Oxalá que sim para que assistamos ao funeral de todo um Povo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

183 - Alice veio cansada da sua marcha e acampada da indignação. Diz: estão a por-nos numa vereda rápida e muito perigosa e até vertiginosa que processa todo um enorme retrocesso social e civilizacional. Já todos ou muitos mais do que ontem veem que a classe média e os mais desfavorecidos vão ser esmagados Com todo o cinismo e despudor de um rapazola que faz o que disse que não fazia e ultrapassa tudo o que deveria fazer e sempre contra os mesmos. Fraco com os fortes e forte com os fracos.Na quinta - feira (13 de Outubro de 2o11) à noite O que disse ao País foi: façam o favor de morrer já. Depois eu vos ressuscitarei. Emproado e convencido no seu sebastianismo de pacotilha Afirma que não sente ( o que já se sabia) de que tenha que pedir desculpa aos Portugueses. Claro que não. Rouba-se Estrangula-se Espolía-se A dignidade de vida dos que trabalhakm E dos que já trabalharam E às crianças e aos jovens e... está feito. Sentem-se recriadores de um tempo de ignorância e de mordaça e de miséria a rodos. Não gosta ( ele e os eus sequazes) de Assembleias Populares Nem de Indignados Nem que a democracia directa Ocupe a escadaria da democracia partidária gritando: Torna-te na mudança que desejas para o Mundo. Queira ou não O Povo vai-lhe mostrar que não está derrotado. Que ainda vai renascer a Grândola Vila Morena Entre a alma de um Povo Unifdo que não quer ser vencido. Que o abuso das Multi-nacionais do Capital vai ser derrotado. Que o FMI é o rosto visível da rapina a praticar nos Países. Querem-nos de tanga e de cerviz pronta para o látego. Passos Coelho e Miguel Relvas e Vítor Gaspar e todo o resto do governo deveriam ler e reler a acusação do norte-americano Marshall Ganz: Uma sociedade que tira a esperança a um jovem é criminosa.Uma sociedade cujos governos em 37 anos de democracia só fizeram crescer o salário mínimo em apenas...88 euros... é criminosa. São os mesmos que se engordaram e aos seus amigos dilectos Com toda a obscenidade possível de vencimentos e mordomias e reformas principescas a que nunca teriam direito porque nunca cumpriram os mínimos anos de trabalho e de descontos para tal.O roubo dos subsídios de férias e de natal É emergência ou o triunfo dos que odiaram que todos os tivessem? Ah!... só acontece porque... os funcionários públicos ganham mais do que os privados!... um 1º Ministro que tal diz não conhece nada ou finge desconhecer por ser maldoso e está de má fé. Todos sabem que isto não é verdade. Porém... a privada muitas vezes paga o mínimo que pode e Depois Paga por baixo do pano o que entende. FUga descarada a impostos.Rouba-se à Escola Pública para dar-se à Escola Privada. Espolía-se a Saúde Pública para a tornar presa dos privados e das misericórdias. Precariza-se o trabalho público para domesticar o trabalho privado e precarizar tudo. Mais tempo de trabalho a custo zero? Claro. Todo o Mundo diz que o problema maior em Portugal Chama-se Organização e Qualidade. Mas isto penaliza a classe dirigente. Assim será melhor ler: Chicote para trabalhadores para que mais quantidade tenham que parir. Os Indignados continuarão a florescer no País e no Mundo. Poisé... Alice!... não tarda a greve geral. Público e privado terão que dar as mãos e tornar-se um exército para dizer às Indecências que nos governam que já são réus de crime de lesa- Pátria: por porem à venda as empresas estratégicas do País.Por atentarem contra direitos humanos ou sociais quando atacam o Trabalho e o espoliam de tudo. Por semearem pobreza e miséria. Por terem hipotecado a soberania e a independência nacionais ( agora até já lhe chamam autonomia). Por obrigarem a nossa juventude a emigrar. Pobres párias!... Como disse Lobo Antunes:Gostaria de saber quem foram e quem são os malandros que levaram a este estado o meu País!... Seja como for Teremos que dar uma resposta séria e eficaz a toda esta cáfila de criminosos político-sociais que se tornaram homens de mão de um Capital sem escrúpulos e que não desarmam de assassinar um País e o Mundo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

182 - Alice reapareceu com um ar estranho e bué de marca negra por todo o corpo. Credo!... mulher. Que te aconteceu?!... interroguei. Respondeu que andava farta de caminhos Mastigada pelos tempos Bestializada pela política Escravizada pela economia Espoliada pela financeira Estupidificada por toda a gente. Daí o seu olhar magoado de vitral gótico. A marca negra era o rastro das sanguessugas que os caminhos não paravam de lhe pespegar quase sem dar por tal. Vinha pesarosa pela oralidade oficiosa de vários senhores neste centésimo primeiro aniversário da proclamação da República Portuguesa. Esclarecia: o disparar Com e sem razão do velho Jardim Que procura alívio em todo o lado e em todas as direcções para as dores que sofre pelo lendário endividamento da sua governação madeirense. Traduz o camaleão e a zé-espertice do caciquismo português.A avisada e serena e litúrgica retórica do Patriarca Ulissiponense que transpõe para o tempo de agora muita da benção que Antes do 25 de Abril O catolicismo pátrio distribuía nesta lusofonia: a pobreza é a razão da caridade e esta é a chave do céu para os que não são pobres. Estes têm-na pelo sofrimento resignado. O esfíngico Cavaco Silva paternaliza a oratória que insiste na inevitabilidade do sacrifício e na fé total na milagreira economia neo-liberal que tão bem tem dado conta do Mundo.Bradam todos que é urgente mudar hábitos e mentalidades. Banir consumos. Produzir poupanças e produtos para exportar. Consumir apenas o que é nosso e... esquecidos de que o centro e a direita paulatinamente instituíram a partidocracia que Inevitavelmente descamba em descalabro económico Corrupção financeira Usurpação de direitos sociais Ganância absoluta pelo lucro.Para tanto esvaziam de conteúdo universalista e humanitário a educação que se transforma em formatação e sigilam e menorizam a arte e a cultura O que nega a construção da consciência crítica e de cidadania um dos esteios da liberdade.Esquecem que quando o Capital atinge a especulação económico-financeira que permite aos mercados dominar a política O sistema caminha para a implosão. Assim as crises de toda esta crise global obriga à inovação de um outro sistema económico Mais humanizado e consentâneo com a sobrevivência da vida planetária.Que o período negro que nós vivemos obriga os povos à indignação e à revolta. Urge transformar e reformar todo este sistema apodrecido. Urge dar voz de prisão a quantos roubam e especulam e espoleiam os Povos de tudo e depois se arvoram em salvadores dos ditos. A História registará. Até lá... há que recusar esta afronta e violência da agonia da besta e repôr o carril da humanização social sem olvidar que o tempo futuro terá que ser menos material e mais espiritual. E nada disto tem que ver com religiões ou outras quaisquer fés que nos têm toldado as mentes e ensanguentado as vidas.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

181 - Há reestruturações e reestrutorações: o chamado livro verde ( conhecíamos o do Kadafi)para a "revolução" autárquica deixa muito a desejar.Nomeadamente o que concerne ao reforço do poder dos presidentes de Câmara.Ou nos enganamos muito ou está-se ante a semeadura de caciques tipo Jardim. A diminuição de vereadores, aparentemente até pode ter lógica...mas... a pluralidade democrática fica onde? Tudo isto levanta uma questão de fundo: com o liberalismo (sec.XVIII) os estrangeirados ( vulgo: portugueses emigrados e que voltam e tentam modernizar o País) deram cabo deste Portugal. Agora... os mesmos estramgeirados correm risco idêntico. Têm a noção do País que existe? Onde há a consciência cívica e democrática profundas? Basta ouvir o chefe da CIP para se entender o fosso:mesmo aceitando dar formação nunca garantirão emprego aos formandos.Na mira apenas a baixa do TSU ou ( porque não?) o seu desaparecimento da agenda dos patrões?! Os empregados ou trabalhadores que paguem tudo: reformas... despedimentos... subsídios sociais... saúde... transportes...educação... e que trabalhem o máximo de horas possíveis e impossíveis sendo certo que as mais valias são para suas excelências que até gostam de pôr o dinheiro deles nos off-shores.Discursos de inovação e de qualidade... são meros discursos. Na prática... a propósito: porque não se investigam as vidas ricas dos que compram vivendas de super luxo nos Algarve e ainda recebem bónus de carros de topo de gama? Porque não se oneram as grandes fortunas? Aposta-se em onerar sempre os que não podem fugir de nada? Fortes com os fracos e fracos com os fortes? Até na revolução da Saúde: se cada um dos utentes das aldeias fosse familiar do snr. Ministro... assim... não se tem em conta acessibilidades... isolamentos... envelhecimentos...nada. Importa é cortar e mostrar obra feita em matéria de redução de custos. Quanto ao resto: sendo certo que assistentes operacionais e técnicos estão na mira dos abates... vamos assistir aos técnicos superiores( sejam eles médicos ou professores ou engenheiros entre outros) a limparem os seus lugares de trabalho ou a ter vigilância sobre a miudagem que estuda ou a cumprir com todas as tarefas necessárias ao normal funcionamento dos serviços? Em cada dia que passa vemos a marca de classe nas opções tomadas ou a tomar.A nível global... o capital está no auge do seu desenvolvimento: especulação económico-financeira. Depois... a História no-lo diz: implosão. Do sistema. Nova idade média? Porque não? Só há duas formas de fazer política: a favor ou contra os Povos. Escolham. Certo é que o próprio planeta já não aguenta com tanta diatribe do lucro.A maior miséria é a do espírito ou intelectual. E desta não faltam exemplos pelo mundo fora. Cá por casa... desde o inefável Relvas ao títere Passos...o arraial é impressionante.Para já não falar do inefável Viegas que aceita mandar para fora do Estado dois teatros nacionais.Escritor?Há artistas que não merecem tal cognome.São meros títeres do poder instalado.Cultura nunca foi a sua alma.Seja como for os dados estão lançados:o empobrecimento generalizado dos cidadãos e a esterilidade destas políticas que roubam esperança de mundos melhores a todos.A violência anda no ar...pode acontecer o impensável. O sistema ( mais ou menos Mundial) está a esboroar-se. Queiramos ou não.Mas nunca esqueçam que as agonias podem ser duras e prolongadas.Um pouco de sorriso pode ajudar.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

180 - E o barril de pólvora em que alguns transformaram e insistem em transformar este multicentenário País Aumenta agora com a dívida escondida da gestão madeirense de Jardim e seus apaniguados: PSD no seu melhor.Fizeram obra social? De certo que sim. Concretizaram obra pública de monta? Obviamente que sim. Será que as empreitadas e concursos correlativos foram tão honestos e transparentes ( ou seja preço justo) como convém à gestão pública? Como se justifica esta ocultação deliberada da dívida? E como os credores( quem são?) se mantêm tão calados e felizes? O caciquismo levado ao extremo pelo desbragado Jardim tem dado maiorias sucessivas ao PSD mas...O REI VAI NÚ!...tal e qual como este novíssimo Passos Coelho: há que lhe dar os parabéns. No seu último périplo pela União Europeia mostrou-se exímio vendilhão do seu País. E aperalta-se todo a fazer pose de estadista. O problema é que ser bom aluno do que determina o Capital e os ditames direitistas desta actual capitania da União Europeia Não é Nem nunca foi Nem será hipóteses de vir a ser acto ou arte de grande estadista.Adicionemos a isto a insensibilidade pedagógica do professor Crato que até nem exita condenar à info-exclusão dos novos alunos neste ano da graça de 2011 é... no mínimo...surreal.Para já não do híper-surrealismo do eio escondido ministro da economia regressado do Canadá com áurea de estrela...salvadora.Valha-nos tanta arrogância e cinismo e hipocrisia nestes verdugos de Portugal. A troika quer mais sacríficios? Se já demos mais do que a conta Nada nos custa dar de novo o dobro ou o triplo para que o Capital não se zangue e... ao fim e ao cabo a culpa foi só do PS socratino. Foi? Então e todo o historial que vem desde os velhos tempos governativos de Cavaco Silva? Óbvio: o PS tem um problema de alma: descai facilmente para a direita e acabou de ser um bom aluno do capital. Agora quer mudar. Quer mesmo? As crises servem para todas as receitas e para todas as caldeiradas e golpes... de asa ou de ausência desta. Quando um governo se arroga o direito de cortar ou de minguar ou de eliminar direitos sociais e condenar à miséria ou ao miserabilismo a maior parte dos seus concidadãos teremos de admitir que estamos ante terrorismo político que visa...de facto... alterar o sistema e a sociedade mas...para algo de menor humanidade e potencializável de maior exploração do homem pelo homem. Dizem que temos que nos sacrificar para melhorar a pujança da Banca mas... esta cada vez mais ajuda manos o cidadão ou a pequena ou a média empresa.E já nem se fala na agiotagem que ela pratica quase a rivalizar com as chamadas Sociedades Financeiras que até apregoam ser energia para viver quando apenas distribuem energia para morrer. De novo o inefável Relvas congratula-se com a melhor e maior formação dos jovens o que permite exportar cérebros para o Mundo. Claro...pelo meio vem dizer que o País deverá utilizá-los melhor. Como? Não investindo no sector produtivo? Esmagando-os e aos demais cidadãos com proventos que mal dão para respirar?Além do mais nunca vimos um governo tão regozijante com tudo Quando já não temos independência ou soberania. Tudo foi hipotecado ao lucro ( de alguns) que nem sequer fica ou mora no País.

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

179 - Andamos todos assoberbados com as ondas de choque da sismologia relativa à crise económico-financeira. A Europa treme ante a derrocada grega ( cujo regabofe da direita respectiva foi apadrinhada pela Alemanha entre outros). Agora já começam a encarar a formulação dos Estados Unidos Europeus : A ideia federativa que sempre presidiu à ideia desta União mas que foi sempre adiada e silenciada e negada por medos e oportunismos vários. Pelo meio A direita caseira ou eurpopeia empenha-se em fortalecer a burocracia de Bruxelas Esmiufrando os bolsos ao cidadão enquanto lhe cerceiam direitos sociais que mais não são do que direitos humanos.Cá por casa Empertiga-se o nosso primeiro e a par do seu ideólogo de serviço o inefável Relvas Anuncia uma reforma total do Estado enquanto promete aquecimento para o inverno das Escolas sem o Ministério da Educação ( se o Ministério não paga Sempre haverá Autarquias ou Comissões de Pais ou Empresas Locais que se condoam e paguem as facturas energéticas) Mas nunca recuando na liberilazação das energias. Pelo meio promete reforçar a solidariedade social( leia-se caridade institucional: primeiro empobrece-se o cidadão Depois dá-se esmolas que temos que ganhar o céu). Ao mesmo tempo Degrada-se a Saúde e a Eduacação e a própria Segurança Social. A inefável descida da Txa Social Única: o maior desastre decisório segundo o economista José Gomes Ferreira ou não coloque em risco as reformas futuras. Mas há que encher os bolsos enquanto é tempo às seguradoras e à banca e ao capital sem rosto nem nação. Todos eles sabem que andam na azáfama de criar as auto-estradas e os TGV's de uma guerra generalizada neste planeta(ainda)azul. A ganância e a ambição não páram de parir crimes contra a Humanidade e a Natureza.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

178 - A esquerda abriu portas à Liberdade e aos direitos sociais. Pé ante pé O conservadorismo voltou Até que festejou o voto em massa que o Povo lhe dedicou. As crises são o fogo em que o Povo se queimou e a sela em que o conservadorismo sempre se sentou E cavalgou E cavalgou. "Tiram-nos da miséria e põem-nos a pedir": velho dito da rua que acabou cara e nua e crua. Das mil traições de quantos só foram de esquerda enquanto a conveniência existiu Fica-nos o sabor amargo.Logo que puderam Viraram conservadores Sem entenderem que Abrindo as portas aos velhos senhores Ficariam de fora porque eles não gostam de traidores embora e apenas os usem para alcançarem os seus desígnios. Assim: in-de-ci-fra-vel-men-te Todos os poderes se abatem sobre o que somos i-ne-xo-ra-vel-men-te!...Porque não haveremos de reagir i-nex-pli-ca-vel-men-te?... Só não teremos tempo in-du-bi-ta-vel-men-te Se desistirmos de ser gente!...
Por aniversário... ramos de chuva e a incerteza de tudo por sofá solitário. Se se senta Olha-se o horizonte e vislumbramos as lágrimas de Gaia ao pôr do sol. De manhã ela terá o rosto enxuto Olhando Duro O caminho Seixo que Correndo Abre um esteiro na água do lago. Resistir à destruição dos sorrisos ? De qualquer das formas É PRECISO.
Não há mais que um pouco de vento soprando Assobiando por entre as árvores e outros caminhos. As mantas não são linhos E os ventos vão ventiçando Ao arrepio da normalidade. Ameaçam-nos a dignidade e cantamos barcas Que ainda não zarparam Mas que não tarda Hão-de navegar contra os que nos ameaçam a Liberdade que mingua quando tudo se nos empobrece. Sentir o vento É ouvir o pensamento que nos engrandece quando nos levanta e ergue contra a desilusão e o terramoto de todas as traições.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País (livro em construção)

178 - A caminho de uns dias de repouso Alice surge e diz que a governação anda a trocar os vês pelos bês. Nada se faz para impedir a sangria de milhões que voam para os paraísos fiscais. A propósito: seria democrático saber-se quem são os ilustres patriotas que fogem aos impostos e nos roubam o sangue. Ah... saudades dos vampiros do Zeca Afonso. Se ouvirem a obra discográfica do Barata Moura... até se arrepiam com a hodiernidade das suas canções. Desmascaram toda esta cáfila de mafiosos que se arrogam o direito de tudo sacarem ao Povo para que possam engordar os seus pecúlios que... ainda por cima... se situam em paraísos fiscais.O desemprego sobe em flecha. Não falemos do de longa duração: o arrepio era maior.Há dias diziam-nos que os governos ameaçam-nos com a chegada dos lobos se não formos concordantes com estas políticas de total saque do que somos. Pois ... será bom dizer-lhes que... um dia destes vão verificar que os lobos seremos nós... os que estão fartos de ser carneiros e sistematicamente ludibriados pelas airosas promessas que nos têm levado à miséria. Não se entende, como diz Alice, toda esta sofreguidão de lucros e mais lucros e de tudo expoliarem aos simples cidadãos. Quando morrerem nada levam para o outro lado.Nem será liquído que os seus descendentes se os tiverem continuem a ser donos de algo que seja.Morrem... tanta vez eivados de doenças...para quê? Qual o prazer de darem cabo da vida... do planeta... dos seus semelhantes? Nem a cultura lhes escapa. Só apreciam o que não lhes é incómodo. Pobres néscios. A vida que a vida tem é superior a todo o seu culto materialista.Não tardará a paga dos seus actos.Nem sequer é ameaça. Apenas a lei da vida.Por mais que mistifiquem...não encobrem os seus crimes contra a Humanidade mesmo qu7e esta seja o seu vizinho ou o seu familiar. E tais crimes a Vida nunca lhes perdoará.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País (livro em construção)

177- Não há como dar tempo ao tempo.Imagine-se o que o Mundo pode pensar de um País à rasca. Onde os grandes sábios do conservadorismo e muito sedentos de capital Aconselham todos os sacrifícios ao seu semelhante ( eles creem-se diferentes e especiais) e... em Março do corrente ano de 2011...quando o País e o governo estava aflito por crédito...transferiram alegremente quase quinhentos milhões de euros para paraísos fiscais. Até agora e segundo dados do Banco de Portugal os milhões são mais que muitos e continuam a somar em transferências. Pena seja que não publicitem os nomes dos autores.Teríamos todos muitas surpresas e veríamos de que massa são feitos estes cidadãos exemplares e sempre prontos a dar receitas para ultrapassar as dificuldades.Nunca para eles. E é esta gente que depois empresta dinheiro aos Estados. Tal e qual como a mega fraude agora descoberta e que lesou empresas portuguesas.Imaginemos uma grande agência financeira que tem base nos EUA e diz ter escritórios pela Europa fora.Por cá tem ligações muito íntimas com o CDS/PP.A burla consta de emprestar dinheiro às empresas com dificuldades ajudá-las na gestão e depois de muitas promessas e poucos actos assenhoreiam-se das mesmas e deixam os empresários na falência com débitos enormes e sem as empresas.Ah... durante a última campanha eleitoral patrocinaram visitas de campanha ao inefável Paulo Portas que as apresentava como modelos de êxito.E depois dizem que exageramos quando dizemos que temos um País onde a corrupção é o cerne da vida destes inefáveis governantes económicos e políticos. O problema de fundo que a todos se coloca é: O Povo acaba estúpido por se fingir ou ser ignorante.É fácil dizer que não queremos saber de política.O problema é que tudo o que envolve a vida é político.Se não formos atentos ao que nos rodeia e acontece no mais ínfimo pormenor... acontece-nos o que nos acontece.De votação em votação escolhemos os carrascos que nos aviltam e roubam e sugam e escravizam.Ainda querem continuar a fingir que não acreditam e que tudo é para repôr o sol nas nossas vidas? Razão tinha Alice quando se interrogava : Não conseguimos correr com esta sacanagem?!...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

impressões digitais de um estranho País ( livro em construção)

176 - Com o mundo às avessas Alice fica de boca aberta e olho arremelgado ao ouvir o nosso inefável Primeiro-Ministro No púlpito do Pontal A dizer que é melhor a oposição não seguir a via da contestação às medidas de austeridade anunciadas ou a anunciar. E este dizer tem muito de ameaça velada. É o mesmo que dizer: tiro-vos a alma mas...resignai-vos...é para vosso bem!... Palavra de honra!...Alice diz:estes senhores estão a destruir a democracia. Esta gente Assenhoreia-se do voto dado para fazer e desfazer Ao correr dos interesses que servem a vida de todo um Povo. A contestação está a levedar.Desde as forças de segurança até ao exército que incorporou gente a mais do que o determinado pelos políticos. A economia do País está a estagnar. Não há crescimentonem desenvolvimento. Trabalho é coisa difícil de encontrar. Quando acontece... é pelos mínimos.Salariais e de tempo.Sempre com o máximo de obrigações.O respeito pelos outros está em diminuição acelerada no mundo do Trabalho e da Produção. Entretanto dispara o custo de vida Enquanto se taxa e se retaxa os vencimentos que se tornam anões. De facto há algo que não se entende: onde devem e podem cortar Não o fazem ou fingem que o fazem. Aos que trabalham Aos reformados e aos desempregados infernizam-lhes as vidas que já são de sobrevivência pura.No fim disto tudo Têm ainda o desplante de virem aconselhar a não contestação Ou seja: a resignação e a docilidade dos escravos que obedecem à força. Só lhes falta repetir que é dos pobres e dos simples o reino dos céus!... a jactância do conservadorismo mais feroz No seu melhor.E assim corre e escorre um País que se vai desfazendo nas águas turvas da ferocidade do capital.
Por outro lado e nova realidade Há um sentimento de repulsa De vergonha De tristeza máxima porque:fizémos uma revolução para repôr a Democracia política e social e económica. Conquistámos direitos humanos ( mesmo quando lhes chamamos laborais ou sociais). Não soubémos foi evitar a corrupção e o abuso dos diversos poderes. Não soubémos evitar o desfazer dos valores éticos e morais.Não soubémos honrar a dignidade de sermos um País e uma cultura com mais de oito séculos de existência.Como diz Alice:perdido o País das Maravilhas Arrasta-mo-nos pela adversidade total que criámos ou ajudámos a criar Tanta vez pela indiferença e oportunismo Que um desalmado egoísmo de trampa nos injectou. Porém e ante tanto desaforo será que ainda nos coibimos de contestar a mais avassaladora traição que nos cozinha o desaforo e nos serve a miséria? Que Mundo estamos a legar aos que nos seguem?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

175 - Alice perdeu o País das Maravilhas. Tem andado por aí Desvairada Aturdida Empecilhada por todas as crises.Pobre. Arruinada.Triste. Dando de caras com a Troika e a sua última avaliação: TSU terá que ir para os 6 ou 7%. Grande bodo ao grande patronato. Alice ri. Bandeiras despregadas. Polícias e militares começam a ficar irritados com congelamentos de carreira e sub-orçamentação.Aumentos dos transportes e diminuição de todas as regalias sociais O que inclui reembolsos clínicos. Regalias? E então os nossos impostos têm servido ou servem para quê? O governo prepara-se para o uso e abuso dos fundos e das reservas da Segurança Social. Para outros fins, Sintomático. Aumenta-se o roubo legalizado. Alice diz: o governo está de gatas e abana o rabo ante a Troika. Aumenta o gaz e a electricidade e a água. Esta Troika é insensível ao Povo e aos Povos. Defende apenas o grande capital. Exigem subserviência absoluta. Incluso a perca total da soberania.Tem um total desprez0o pelas culturas. Não são formados. São apenas e tão só formatados para trair or Povos e servir o grande capital... mundial.A Troika dá ordens ao governo. Se não cumprir... leva tautau.Onde fica o brio pseudonacionalista de um Miguel Relvas ou de um Passos Coelho ou de um Ângelo Correia entre outros conhecidos marcelistas travestidos de democratas? Onde pára a fala barata de um Paulo Portas? Até Mário Soares já considera que este governo está a destruir este País. Claro que está. Mas que não se esqueça o Mário Soares de que foi ele o primeiro a abrir a porta à deriva conservadora e liberal e tecnocrata que por cá campeia. Alice chora. Alice ri. Alice opina: e o raio deste Povo Mergulhado em festas e arraiais e praias de ao pé da porta e incêndios e sem dinheiro para tudo o que precisa O que inclui a Saúde e a Educação dos filhos e dos netos... porra... como e quando reage? É só trolaró e resignação?É só lamentação de café? E quando não houver dinheiro para tanta caridade? E quando a violência gratuita generalizar o crime e nada resolver? Para quando uma tomada de consciência que leve todo um Povo a agarrar a vida pelos cornos?Porque não erguer o forcão das campeias e afastar de vez todos estes vendilhões do País e dizer-lhes Cara a cara Que são ladrões de tudo e até da alma portuguesa que foi seu berço E como tal merecem ser condenados ao trabalho forçado Restituição das fortunas indevidas que têm acumulado à custa do Povo a quem tudo prometeram e tudo roubaram E viver à míngua a que têm e estão a condenar o seu próprio Povo?! Alice entorna o seu vinagrete sobre a claridade dos dias E olha Abespinhada Para toda uma paisagem que agoniza devagar Tão devagarinho Que até dá raiva!...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

174 - Londres Continua incendiada e a incendiar-se.Fogos de ira e de desespero: não há trabalho e cortaram ajudas do Estado. Na Somália descarregam-se toneladas de alimentos. Não chegam para parar a morte de Pelo menos Cinco crianças CINCO Todos os dias.Crianças órfãs da vida. Filhas da fome e do desaustino dos que se degladiam Em vez de se salvarem. A crise mundial alastra. Tocam sinos a rebate Na França napoleónica De um Sarcozy Que já perdeu o tempo Do seu tempo.Antes tinham retinido os alarmes na Itália de um mafioso Cavalieri E numa Espanha onde Os indignados Não desarmam da exigência de uma nova Sociologia Política. Na Alemanha Merkl está sitiada. Desabaram-se-lhe na Bolsa As cotações industriais Motor alemão da sua arrogância. Brasil e China e Índia Têm mais dinheiro do que os EUA.Bem pode Obama empertigar-se contra as empresas de rating. O modelo financeiro mundial está em agonia. Já se advoga ir-se à estaca zero E recomeçar o Mundo de novo. Político e Social Será bom de ver.Nunca com os actuais actores. Nunca com as actuais ideologias. Uma nova sociologia política Que determinará mais humanidade e menos materialismo.A família humana que habita o planeta Terra Não pode pedir dinheiro para comprara alimentos Para acudir aos esfomeados que agonizam em África e não só. Pura e simplesmente terá que lhes ofertar o alimento e trabalhar para que tanto não se volte a repetir.A família humana Não pode continuar a contaminar rios e mares e lençóis freáticos E depois vender a água potável que resta a preços incomportáveis. Tem que descontaminar. Não repetir contaminações. Gerir a que resta Em dádiva a todos. E todos têm que saber utilizá-la De modo mais consciente e responsável e sustentável. Trabalho para todos? Claro. Há imenso para fazer. Porém... a cada um De acordo com as suas necessidades. E as necessidades de cada um Não serão compagináveis com o egoísmo feroz e selvático Que nos está a levar a todos para a suprema liquidação. É urgente uma novíssima sociologia política Que determine um novo modelo de sociedade Onde todos são povo Irmãos pela humanidade que são. E este imperativo actualíssimo obriga os partidos As religiões Os sindicatos e demais organizações sociais Sem deixar de fora os restantes indivíduos a uma reflexão profunda e séria.A Humanidade tem que limpar o respectivo crâneo de toda a lama que a actualidade lhe tem dado.Tem que se reformular Em nome da sua sobrevivência e da sobrevivência da Vida.De não esquecer que as próprias Autarquias estão a entrar em ruptura. E elas ainda são o último cais de abrigo das populações indefesas face ao ataque dos falcões destes regimes em agonia.Já não areia para esconder as cabeças.Já não há espaço para retóricas demagógicas. Já não há espaço para conservadorismos bacocos e criminosos.A arte da tolerância e da compreensão terão de ser o suporte para a mudança de atitude. Os interesses de grupo ou de casta De nações ou de povos não podem subrepor-se ao interesse vital de cada indivíduo e da humanidade no seu todo.Já não há espaço para se pensar que se nos livrarmos dos problemas os outros que se lixem.A cultura de forma séria e responsável tem que auxiliar e suportar todas as divisões e incompreensões a abrirem-se ao novo mundo que exige o seu tempo. O tempo da nossa sobrevivência colectiva Onde para se ser feliz só é necessário que cada um tenha o essencial de que necessita e não deixe nunca de trabalhar em conjunto com os demais para o bem comum. E este é o bem estar do planeta e da Humanidade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

173 - Há dias Miguel Sousa Tavares opinou que Passos Coelho entregou o BPN à empresária angolana Isabel dos Santos e ao seu sócio Amorim, o inefável patriota e exemplar pagador de impostos. Aseguir, o mesmo Passos Coelho, afirmou que as medidas que vão ser impostas ao Povo Português não seriam fáceis e que os tempos íam ser muito penosos e que não saberia para quando a saída da presente crise. Depois... sorriu e... foi de férias.
A propósito do Museu dos CTT de Copenhaga, um exemplo de organização e de acção comunicativa, interactiva e intergeracional, acudiu-me ao pensamento que: os nossos queridos e inefáveis políticos e politiqueiros e opionistas deste regime que se transforma na maior traição ao 25 de Abril de 1974 ( não, não é saudosismo, é mais do que futuro), gostam ( ou gostavam) de falar sobre a Suécia, a Noruega e a Dinamarca, como exemplos de sociais-democracias avançadas e paradigmas do Estado Social. Pois bem. O que nunca disseram e nunca reflectiram foi que: Qualquer destes reinos, entendem-se como... POVO. E até os seus monarcas gostam de ser... POVO. Por cá nada disso acontece. Saíram do Povo mas... odeiam ser Povo. Usam o Povo para melhor o cavalgarem a toda a sela. Até a nata empresarial que se aquartela na CIP, não só coloca os seus proventos na estranja como gostam de se pavonearem-se como nobreza de uma qualquer monarquia absolutista. O Povo para eles é mera... arraia-miúda.Algo de que se apoderam para, por todas as formas, sugarem até à exaustão. Permanece a velha questão: se secam a raíz... a árvore morre.O problema é que a raíz tem que ter consciência de que não pode aceitar ser seca e esterilizada.Para que a floresta não morra. Para que a vida progrida. Para bem de todos.Com os presentes ressaltos da dívida soberana estado-unidense, com a pressão das economias emergentes e o desnorte completa de uma União Europeia que teima em ser o redil de uma Alemanha e de uma França,as coisas complicam-se mesmo para esta nobreza saloia que por cá campeia. Ainda hoje não sabem aproveitar os avanços tecnológicos das nossas universidades.Não cultuam a interligação. Pois... se não se veem como Povo!...Têm muito que crescer e que aprender. O que nos chateia é a caridadesinha que nos afoga... mesmo que remedeie o nó da tripa de um dado momento.Nada resolve nem pode... a corrupção, enquanto cultura do desenrasque permanece viva e recomenda-se. O PSD de Migual Relvas e de Passos Coelho, não passa de uma mera cosmética ao que vinha detrás e... as máscaras vão caindo a cada novo passo dado.Como dizia o M.S.Tavares: eles não enganaram e desde sempre disseram ao que vinham. Resta saber se o Povo que, no dizer de Vasco Pulido Valente,é inculto e analfabruto,vai continuar a engordar tais nababos ou se lhes corta de vez a mama e os manda seguir o seu destino: serventuários dos grandes interesses internacionais. Eles adoram e arfam e saracoteiam-se como fidelíssimos que são.Vamos indo e vamos vendo.








sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

172 - Anda uma onda de entusiasmo por privatizações a alagar este Portugal que até anda muito num encolher de ombros como quem se espraia nos areais marítimos.Nem que seja a poder de sandes e garrafas de água.Anda tudo louco. A maior parte dos portugueses ainda não perceberam que esta receita do actual PSD (privatizar para que o estado seja menos estado)é apenas e tão só a alienação do que resta da soberania portuguesa como modo de não atingir os grandes interesses instalados. Sejam portugueses ou estrangeiros. Por exemplo: o snr. Amorim que até tem fama e proveito de ser o mais rico de Portugal leva as mais valias das suas negociatas para a Holanda onde tem a sede das suas empresas. Por cá paga pouco aos seus trabalhadores e depois oferece-lhes caridade e ainda lições como se deve ou não gerir as migalhas dos orçamentos familiares. As mais valias ou os lucros da banca são intocáveis.Privatizar pelo menor preço possível as empresas estratégicas deste País é palavra de ordem. Faz-nos lembrar o Carlos Menem da Argentina que também privatizou tudo ao preço mais baixo possível e empobreceu a maior parte dos argentinos. O que mais nos arrepia é vermos a resignação e o maior analfabetismo a sair a terreiro na defesa destes e outros crimes contra a liberdade e a cidadania e a democracia deste País.O conservadorismo português nunca foi bom conselheiro. Antes a matriz dos mais hediondos crimes públicos ou privados.Fala-se em combater a corrupção. Muito bem. Prendam a maior parte dos políticos dos partidos da troika portuguesa.É a própria imprensa a dizê-lo: quando deputados legislam a favor dos interesses próprios e de amigos.A realidade é que o ataque à cidadania ( os direitos laborais são direitos humanos e de cidadania) aos direitos humanos...está de botas e de esporas sobre quem trabalha e se vê espoliado de tudo.Os mais velhos que agora defendem o conservadorismo reinante rapidamente vão amargar as suas opções.Os mais novos... ou se revoltam ou partem para o estrangeiro. Não chocará aos políticos portugueses a exportação da mão de obra e da inteligência? Não são crimes contra o desenvolvimento e o progresso? Pensem enquanto podem.
A estupidez e o deixa andar sempre foram a causa da nossa pobreza física e mental.Tomar a vida nas nossas próprias mãos é um direito e um dever se queremos continuar a ser portugueses.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

169 - Depois das lágrimas dos fiordes da Noruega Tudo se reforça no sentido de olharmos para as consequências de estarmos a assistir ao desfazer do Estado Social Bem capitaneado pela França e a Alemanha. Estes dois estados não disseram que a inclusão social dos emigrantes tinha redundado em fracasso?!... Logo veio a terreiro a Inglaterra com a mesma versão. Em vez de aprofundarem o Estado Social e a democracia Em nome de lucros fáceis e de um apego ao poder que começa a ser obcessão Esta direita ou estas direitas ditas europeias estão a cavar fossos inadmissíveis que conduzirão à negação de uma União Europeia Sobretudo de uma democracia plural e abrangente de todos os cidadãos.Todas as violências estão em rota de colisão com o mais pacato dos cidadãos.A pior de todas será o empobrecimento acelerado da maioria dos que trabalham e dos reformados e das crianças. Em nome dos lucros de alguns Precisamente dos que fizeram das finanças públicas um regabofe de ambição Restringem-se direitos laborais que mais não são do que direitos humanos Diminuiem-se salários Aumentam-se ritmos e horários laborais.Ainda por cima Fundem-se e desfazem-se serviços e transportes públicos. Que pretendem? Obviamente que No caso Português pode-se dizer que seja vingança sobre o 25 de Abril Porém no caso Mundial assiste-se à vingança sobre o que tinha sido o avanço social em todo o planeta. Esta gente são tudo menos democratas. Esta gente precisa da pobreza para se sentirem donos do mundo e da vida. São miseráveis de espírito?! Claro que o são. Porém que respostas o Povo ou os Povos lhes darão? Vamos indo e vamos vendo. A esperança da vida melhor não pode ficar estrangulada pela ambição de uns quantos Nem sequer atirada para um amanhã de difícil alcance. Acordemo-nos com celeridade Enquanto ainda se pode salvar a vida humana da total desumanização.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

170 - Cobre tempo Cobre vida Além do tumulto da alma Rio seiva guarida Tons pastel Tarde calma. Que vos dizer senão utopia Neste retroceder que nos cavalga Um rio pode não ser mais que ria Quando a miséria é menos que malga. Ando louco nesta romaria De um povo que festeja o algoz Resigna-se a toda a olaria Que o põe menos que casca de noz. Quase se contrai doença mental Nesta resistência contra a ignomínia O meu País não é este Portugal Que da miséria finge alegria.Dói-me cada traço de alguma felicidade Neste vai e vem de muita olaria Até a aldeia que ser cidade E a noite deseja apenas ser dia. Caminho e respiro em contramão à lógica dos poderes instituídos Contra a frieldade oponho um coração Que não tolera ver tantos excluídos. Devagar devagarinho vou hasteando A bandeira rubra da ousadia Vencer é romper do não sei quando Minar é ragra imposta todo o dia.
Era uma vez um senhor importante Que dizia a todas as crianças Que a vida era um mar de tranças E a febre num dia de feirante. Quem dele mais não soubesse Ficava mudo de tanta sabedoria E depois julgava ser alegria Todo o seu tempo que nos anoitece. Mas da noite se leveda e tece Nova manhã que nos renova Ao raiar do sol há uma nova trova Que nos liquida ou engrandece.
Sento-me no cais do presente Horas penteiam seus longos cabelos No rebordo da brisa De um tempo canastrão Ao mesmo tempo que idílico. Malas e malas de receios Esperanças e outras angústias Revelam os viandantes do temor. E não lhes falta amor Nem carícias nervosas Do adeus e da partida. Para onde vão? Para a hipótese de estarem longe do inferno Que ajudaram a criar com o seu voto.
Se queres muito um novo caminho Despe as velhas roupas Lava no rio os teus pensamentos Bebe o voo dos pássaros. Não esqueças que és irmão De cada ser que respira a Terra Deixa entrar a claridade Em todo o teu ser e sorri. Ensina as crianças e os jovens A urgência de sempre se gritar Que a justiça não pode ser negada Nem a dignidade nos pode ser roubada. É urgente que o tempo velho Não volta a semear iniquidade.
Uma boca não pode ser selada Quando os olhos estão cheios Com combóios de tristeza E contentores de sofrimento. Temos que alindar as ruas Com as bandeiras da exigência Enchê-las de vizinhos e de amigos Que alivêm despir as suas mágoas. Das ruas onde passeia o nosso desassossego Não podemos partir sem alcançar O que queremos O que precisamos Dignidade e justiça e liberdade. Ninguém pode faltar ao encontro Que nos leva a rasgar a noite E fazer florir a madrugada.
Quando a iniquidade nos trama Quando o capital nos afoga e devora Quando a fraternidade é rasgada Quando a alegria se vê exilada Cada um de nós terá que saber Que terá que deixar a sua marca Nocaminho oficina onde se amassa O mundo novo que queremos erguer.A impossibilidade só existe enquanto Não conseguirmos ou não quisermos Mudar o que agora nos amofina E carregar olhos de atrevimento. A inevitabilidade de usar grilhetas Só existe enquanto não ousarmos Despedir do leme os excelentes Traficantes de todas as explorações.
Menina Lisboa não seja teimosa E veja bem o quanto a têm tramado Desde que a fizeram fina e vaidosa Capital de um Portugal arruinado. Menina Lisboa não se deixe burlar Pelas novidades que lhe chegam de fora O pão vem da terra e também do mar É português e não quer ir embora. Menina Lisboa não se deixe enfadar Quando a arraia-miúda encher as avenidas Exigindo que a Índia se volte a achar Neste mar revolto das suas vidas. Menina Lisboa noiva de rio Amante do mar Não seja abrigo para os impostores Que vexam o Povo para consolar Do capital os velhos senhores.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

169 - Das clareiras da ignomínia parece haver parca memória.Assim repetem-se e multiplicam-se tais actos malsãos. Desde Belém a S. Bento Por carris financeiros ou da comunicação social Não faltam vendilhões de almas Não faltam mercadores de independências Não faltam arautos de todas as inevitabilidades Não faltam construtores de teias Tarântulas esfaimadas de presentes Pensando resguardar os seus futuros quando castram os do próprio berço. O capital anda radical e perde todas as suas máscaras.Quer e exige labor Mas fustiga e desanca e humilha o Trabalho. Declara tudo fazer para bem do(s)Povo(s) Enquanto o(s) espolia de tudo O que inclui a(s) própria(s)alma(s). Quando se corta a raíz a uma árvore Ela sobrevive? Claro que não. E aos que opinam que o Povo anda desatento Há que desafiar o Povo: quando alguém atravessa uma rua não tem que olhar em todas as direcções para não ser atropelado ? Então porque não ter a mesma conduta No trabalho Na vida social Na vida política Na vida religiosa Enfim Na existência? O pior é que todo este suceder de crises esconde a maior e mais grave: crisa de valores Crise do capital Crise do mundo global. Crises da crise que afoga e esgana e degola a Democracia. A bancarrota dos EUA está evidente. Deixou de estar oculta. Têm inundado o Mundo de papael moeda que não tem suporte nas respectivas reservas de ouro. Mas não desarmam de serem patrões do Mundo. E se Obama quer evitar o pior e aumentar o tecto do déficit Já aos republicanos interessa não o fazer e atirar o Mundo para uma guerra global. Não são eles os donos das fábricas do armamento? Ou me obedeces ou levas no focinho!... O rating das empresas de notação ( por sinal americanas) contra a UE É sinal do endurecimento do capital EUA. A UE sofre de carência nevrálgica de democracia política e económica e social. A UE não quer ser uma Federação. A UE só é solidária na exacta medida dos interesses momentâneos dos seus membros mais fortes. Mas a UE e os EUA não conseguem conviver com o protagonismo crescente dos Países emergentes.Perdem fontes de matéria prima que têm sido objecto de rapina e pouco de aquisição séria e respeitadora dos Povos que dela são donos. Mais do que nunca impõe-se a luta dos conscientes de cada um dos Países contra toda esta conspiração do capital fraudulento e usurpador da Vida. Tentar alargar a geografia desta mesma consciência. O Mundo e a Sociedade Humana não podem prescindir do lado material da Vida. Mas não pode nem deve continuar a insistir em fazer do lado material o seu Deus a que tudo se sacrifica até ao ponto de estupidificar a vida e de a tornar abjecta e nula de esperança. O Mundo e a Sociedade Humana têm que erguer o primado da vertente espiritual da Vida. Algo que ultrapassa o egoísmo das religiões. Só assim poderão harmonizar a coexistência entre todos os seres e reequilibrar a vida planetária. Só assim saberão investir no Estado Social que dignifica a Humanidade que tem que se ver e compreender e tolerar como sociedade fraterna que é. Obviamente que tudo isto anula a ganância e a ambição ususrárias dos que se julgam eternos e donos da Vida na sua totalidade. Ninguém é dono da nada. Todos são usufrutuários de tudo. Em nome de uma vida melhor Em nome de todas as crianças Há que desassossegarmo-nos e hastear de vez o combate sério e consequente contra a iniquidade que se levanta e resfolga por todos os poros do planeta Portugal incluído. De contrário As forças mais negras dominarão e escravizarão tudo e todos Fazendo regredir as civilizações para estádios que a inteligência não admite. Tentar também anular a violência gratuita do desespero que começa a alastrar. Não se pode empobrecer alguém para depois vir praticar caridade. Não se pode humilhar um Povo e depois abrir guerra ao chamado terrorismo.Urge repensar a democracia e repô-la nos carris certos. O Mundo sem Estado Social é algo de anacrónico. O material As ideias As tecnologias Tudo o que existe e venha a existir Tem que ser direccionado para servir os seres e nunca transformar estes em escravos deles.Há que lutar contra os vígaros e oportunistas que nos têm governado. Há que erguer no Mundo um novo tempo de Paz De seriedade De convivência. Derrotar as doenças Sejam elas físicas ou de regime É imperioso. Iluminemo-nos para podermos iluminar os caminhos da Vida e do Mundo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

168 - Julho de 2011: Marte vê-se a olho nú desta Terra. Em finais de Agosto ainda se verá melhor. Interessante. Duzentos e vinte mil lavradores são pagos pela inefável União Europeia para nada produzirem. Ao mesmo tempo a FAO denuncia: 138% é o aumento de preço da alimentação básica. Enquanto que mil milhões de pessoas não têm o que comer no planeta Terra. Interessante. Em Portugal há derivas culturais: os autores da peça teatral Filha Rebelde que abarca a vida da filha do inspector da PIDE Silva Pais ( um dos maiores responsáveis pela repressão fascista) sofrem um processo judicial por difamação. Os herdeiros do torcionário não gostaram que o dito seja considerado o que foi de facto: um bom cidadão e polícia político do regime fascista que operou neste País à beira mar plantado.Curioso.A actual governação decidiu passar o ministério da cultura a secretaria de estado. Cabrita Reis ( artista plástico) opina que é pouco importante. Importante será haver uma boa política cultural. Decerto que sim. Duvidamos é que por este caminho a tal política cultural séria se venha a verificar. Curiosidades lusas.
Pelo meio... as empresas de rating colocam-nos no...lixo. Não somos credíveis. Será que a inefável União Europeia não entende que o que se passa é o mais feroz ataque a ela própria e que caminhamos todos para uma confrontação mundial de resultados imprevisíveis?!... A guerra económica e financeira em curso não é mais do que o laboratório onde se prepara a outra. A que dizimará o que puder. E a complacência individual e colectiva dos povos que acabam por sofrer e suportar e contemporizar com a admirável ganância egocentrista do capital mais obscuro e sem rosto ( ou não fosse covarde) que governa o mundo... há-de decretar a exaustão. E esta a violência mais crua e dura. E depois... o caos. Como sempre: a humanidade tem tanto de sublime quanto de monstruoso.E é a monstruosidade que anda no leme. E à solta. E os "sapientes" que fingem governar neste País... são tão subservientes do capital mundial... são tão afáveis para os lucros que têm que arrebanhar para os reenviar para os bolsos dos seus novos patrões que... com dorida pose... não se importam de tirar a pele aos seus concidadãos. Inevitável a guerra mundial que se constrói com esta e as demais virulências destas inefáveis sapiências.
Quanto ao Trabalho... será cada vez mais exíguo... penalizador... escravizante... quem o opera Tarde ou cedo fará escoar pelas ruas do Mundo as suas inevitáveis revoltas. Nada evitará o confronto total ( a não ser que se extripe o Mundo desta cáfila de mafiosos). É só olhar o globo terrestre a girar e ver os imensos conflitos que se disseminam por ele a eito. Junte-se-lhes uma boa pitada de assimetrias ambientais e de crimes correlativos e deixe-se apurar um pouco mais: não tardará um bom conflito mundial de proporções avassaladoras. Do que sobreviver logo se verá: o planeta e a natureza hão-de emergir e prosseguir com a vida. Quanto ao humano e restantes espécies logo se verá o que venha a ter extinção absoluta ou alguma redenção. É caso para grafitar em todos os murais do Mundo e das almas:Pobres crianças!...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

167 - Há muito para escrever. Há muito para pintar. Não sei se haverão rios para me escoar. Não sei se haverão olhos para estas letras ou estas formas de cor. Porém terei que escrever. Terei que pintar. E se me quiserem ou deixarem Ainda haverá lugar a divulgar poesia para quem quiser escutar. Nascemos. Sem darmos por isso Trazemos nove meses de velhice. Depois crescemos. Pensamos que somos jovens e que tudo é eterno ou quase. Porém... somos finitos e vamos acumulando mais tempo à velhice com que nascemos. O problema maior é quando começamos a ter consciência de que a estrada está a minguar. Tememos não ter tempo para o tempo que precisamos. Aproveitamos tudo o que podemos. Falta-nos meios? Nunca em Portugal fomos fartos deles. Tudo o que hoje nos dão logo nos tirarão Seja lá como for. Paciência. Não conseguem é que deixemos de escrever. E de pintar. Porque isso é a nossa natureza. E assim teremos que cumprir. Para bem de nós. Para o destino que os outros nos queiram dar. E se quando morre um ser É um pouco de Deus que morre ( como dizia o Saramago). Quando nos esquecemos dos que partem É de Deus que nos esquecemos. E ele que é tudo Acaba por ser nada Sobretudo quando as memórias deixarem de funcionar. Porém Talvez que haja algo que nos escapa: Lavoisier enunciou que nada se perde e tudo se transforma. Assim sendo Será nesse refluxo que se inscreve a ressurreição e a eternidade?! A nossa consciência e a nossa mente deficilmente abrangerão tal equação. Por agora. E as obras que deixamos são meras marcas ou pegadas ou impressões digitais a dizer que passámos por aqui. Poderão abrir ou ajudar a abrir janelas ou portas por onde vislumbrar outros novos caminhos e horizontes e paisagens e seres. Se assim for tanto melhor. É um pouco mais de valia para as marcas. Antes do silêncio Que um dia nos vestirá. A todos. Menos à curiosidade eventual de um qualquer esquadrinhador de passados. Teremos sempre um destino. Porque somos estradas. E estas são meras hipóteses de respirar a vida. Nada mais. O destino que somos é sempre uma incógnita. Que se deposita nos outros. Sobretudo nos vindouros. Nos que se emocionarem com as nossas marcas e nelas descobrirem a eventualidade de um qualquer sonho. De uma qualquer utopia. Nada mais.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

166 - Há quem diga que somos um Povo avesso a mudanças. Aliás Há demasiado conservadorismo na raciocínio luso. Porém É a direita no seu todo que proclama a necessidade de mudança e Embora o não diga ainda claramente ou com mais descaro Pretende refundar o regime democrático com base na bíblia neo-liberal. Como proclamava o Paulo Portas: é necessário um novo 25 de Abril! Obviamente que sim. Apenas uma questão de nuance: o 25 de Abril do Povo não é o 25 de Abril da elite económica e política e social e religiosa. Ora o PP embora fale muito em Povo o que quer é o triunfo da sua elite. Quanto ao Povo: a crise que foi paulatinamente fabricada servirá para neutralizar as veleidades da luta comum.Reduzir-lhe os proventos Já de si minguados É condição da Troika para que tudo se mantenha nos carris capitalistas. Com os proventos reduzidos Diminuem-se direitos Ou seja dignidade E dobra-se-lhe a cerviz com Horários de trabalho energicamente endurecidos O que dificulta a coesão familiar. E eles que defendem a família!... A deles Claro. A mudança necessária seria a que a esquerda preconizava. Mas essa ameaçava os lucros bilionários do sistema. Logo, deveria ser rechassada. E foi-o. A esquerda perdeu em toda a linha. Uma vez mais pela inclinação do PS à direita tão bem conduzida por alguém que fez da zé-espertice matreira um código nunca de honra. Assim: a mudança virá quando as actuais bíblias neo-liberais apodrecerem por inteiro as raízes sociais seja em Portugal Seja do que restar da UE!... Até lá... a luta dos que não se vergam nem se conformam com ditames capitalistas que apenas desumanizam as sociedades Esquecidos de que são breves no seu respirar!...

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

165 - E vira que vira e torna a virar As voltas do vira são boas de dar. Assim reza um dos viras do Minho Numa das melhores pérolas do nosso folclore. De não esquecer a segunda pérola: o malhão.
Cinco de Junho de dois mil e onze: o Zé-Povo Cansado da tragicomédia socrática Resolve virara à direita. Pouco Muito pouco quiz com a esquerda. Quanto ao centro Mandou-o directamente às urtigas. O Estado Social corre perigo? Obviamente que corre. Os jogos do poder e a ambição das hostes respectivas vão deixar de existir? Claro que não. O Zé-Povo vai sair beneficiado? Só se for na exploração a que vai ser mais intensamente sujeito. O Povo é soberano. Mesmo que quarenta e seis por cento tenha virado costas à cidadania não indo votar Sempre restaram uns cinquenta e quatro por cento de decisores pelo voto da dita soberania. Conscientes? Os rios da consciência cívica não são propriamente caudalosos. Mais parecem riachos. A direita calou ou mitigou dificuldades? Mais do que a direita política a direita informativa foi bem mais eficaz. As vedetas deslumbradas fizeram bem o trabalho de casa. Quando lhes privatizarem o canal público da televisão Será que vão gostar? Houve até a ousadia da direita em afirmar ser necessário um novo 25 de Abril. Ninguém os entendeu. Vão perceber quando a Constituição for mudada E virem a consagração do Capital como texto fundamental de um País uma vez mais traído.Quando o despedimento não precisar da justa causa. Quando a indmnização pelo despedimento for praticamente nula. Quando...
Em Portugal tudo é à flor da pele No que respeita ao raciocínio e decisões por parte do Povo soberano. No que respeita à direita Tudo o que promete Cumpre. Não na expressão directa em que foi ouvida. Antes na dimensão profunda da sua própria identidade: a natural opressora das restantes áreas do pensamento. Confiar que a direita seja progressista É não entender nada de nada. A troika FMI/UE Acaba por ser a melhor bóia de salvação para esta direita que sempre sonhou reformar o 25 de Abril do Povo E hastear o 25 de Abril dos senhores de sempre.
Podemos estar descansados: O Zé-Povo decidiu o melhor para a sua indigência crónica e provou que de esquerda tem muito pouco. Porém a esquerda sonhará e apelará às lutas de sempre e ver-se-à confrontada com areias movediças. Mais e mais. Que as mentalidades são mais conservadoras do que progressistas. E o papão da Troika não deixará de acenar aos desalinhados: ou cumprem com o que ordenamos ou sofrerão as consequências. Resta saber se por detrás disto tudo não estará uma vontade co centro europeu em mandar estes países ditos periféricos para fora do seu clube. A UE... cada vez mais É um clube de ricos e menos a unidade dos Povos europeus. Enfim, como diria Alice: estamos fritos e penhorados e o folclore continua a ter razão.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

164 - Das Puertas del Sokl expandiu-se Por toda uma Espanha em dias de eleições locais e Regionais o M-15 : movimento jovem de nova cidadania. Cansados de uma política que só dá os mesmos frutos de sempre Mesmo que avance aqui ou ali Fartos da crise económica e do desemprego Sobretudo Da charlatanice dos grandes partidos Acamparam ao sol e à lua Desafiaram a modorra resignada do estabelecido e apelam a uma Democracia mais participada por todos. Os indignados transformaram a campanha espanhola num imenso debate sobre a democracia que têm... que temos. O nosso M-12 encheu uma Avenida da Liberdade mas... onde anda? E surgem outros movimentos. Como sempre: divide-se Subdivide-se uma ideia nove e... acaba-se quase sem nada. Não seria espectável influenciarem as eleições de 5 de Junho? Não seria previsível que tivessem tido a ousadia de promoverem o debate sobre esta democracia que Na sua vertigem de direita e neo-conservadorismo Só nos tem empobrecido o corpo e a alma? Ainda por cima assistimos à nossa direita a assenhorear-se das ideias da esquerda e... o horizonte continua carregado de ludíbrio De mistificação De... Mais do mesmo. A direita portuguesa sempre teve mais alento de sobrevivência do que a esquerda?!... Que Fazer?... Se houvesse um pouco mais de fibra à espanhola nesta estar português Talvez que o nosso M-12 singrasse e de algum modo abanasse Esta Nave dos Loucos em que se transformou a política portuguesa. Não havendo Sofreremos as consequências da nossa incongruência tão típica e tão estupidamente portuguesa Bem sintetizada naquela exclamação de uma alentejana de Évora: Ai Ele tem uns olhos tão lindos Ele é o meu ai-Jesus!... Ele era o Sócrates. Entre tubarões e sardinhas Os portugueses escolhem... Tubarões!... Sardinhas só para arraiais. Tirando esta campanha Não tardarão os dos Santos Populares. Pelo meio Há a regueifa dos votos. Logo se verá. Dizem: Assim como assim A gente até pode votar em quem nos aldraba Mas todos aldrabam E estes são a nossa certeza. Alice nem já ousa perguntar seja o que for. Olha o Tejo e inibria-se de o ver correr Vale a baixo Até ao mar. Ninguém quer perceber toda uma indigência da loucura que nos sufoca e envenena Negando todo e qualquer futuro Enquanto nos vai sepultando o presente.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

163 - Quando o tempo se encoleriza e desaba raios e coriscos sobre geografias restritas Muito se desola E perdem haveres e pão Muitos dos que já têm pouco a haver. Junte-se a tudo isto desarranjos mentais de governantes E vê-se piorar todo um quotidiano.Alice Saudosa do seu País das Maravilhas Esmiufra-se a entender o que já não obedece à lógica E acaba a concluir Que a loucura anda à solta. Imagine-se uma vila onde o jardim municipal era um belo cartão de visita. Tinha até uma casa rural Museu e memória do seu Povo Que de antanho moirejou por searas e arrozais. Possuía mas...Num ataque qualquer de furibundice Sua Excelência mandou-a arrasar. Do conteúdo Oferta do Povo simples Nada se sabe. E já era a segunda dose. A primeira também foi parar a mãos desconhecidas. Alice pensa: legaliza-se o roubo do barro e da alma. Aliás como todas as coisas que poderiam rechear um museu a sério sobre o Concelho. Com a desculpa das crises Inventou-se um leilão Que tem servido para dar Oferecer Também vender... ao desbarato. O dar e o ferecer viraram património de familiares e amigos de sua excelência. Nem a estatueta representativa de Fernão Lopes de Mestre Martins Correia escapou. Retirada do mural por ordem de sua excelência ninguém lhe sabe o destino. Evaporou-se. Alice teima:enquanto Chamusca definha na indigência da loucura Continua o roubo do barro e da alma. Quanto ao jardim... degrada-se... desmorona... Não há saber Gosto Estética que lhe valha. Para culminar... calceteia-se uma das plataformas e...há-de virar parque de estacionamento. Depois... aceitam-se incineradoras hospitalares sem contrapartidas bem defenidas e mais e mais e mais... Alice insiste: a loucura é total. E o Povo?... como no País: os predadores mistificam E o Zé-Povo resigna-se à miséria que lhe é imposta. E se o voto é uma arma Como ecoam nas manifestações Ou não há consciência Ou anda tudo de pernas para o ar. Além do mais: vota-se em quem nos represente e sirva. Nunca se vota em quem vire dono de nós Nos ponha trela e açaime E ainda por cima Nos coloque na miséria E sem futuros risonhos. Ah... não se vota em comunas que nos tirarão tudo Dizem. Pobres birutas: nem sequer pensam Diz Alice que nada é deles. Vivem nessa ilusão. Então porque pagam impostos municipais e regionais e centrais? Porque as casas e os terrenos são deles?!... A ilusão é a maior arma e arte dos predadores encartados:sejam políticos da direita furibunda Da economia que se travestiza de ditadura Do trabalho que falta mas que escraviza mais do que produz Da qualidade que cresce menos que a quantidade Do perece mas não é Fogo fatídico que tiraniza e desumaniza tudo. E Alice insiste: Que importa que o voto seja uma arma Se quem o usa Fá-lo quase sempre Contra si próprio? E Alice volta a suspirar: O País das Maravilhas está cada vez mais longínquo e arredio de todos nós De todos vós!...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

161 - Após assalto militar Morreu Osama Bin Laden O profeta do califado global O príncipe do terror global...Uf!... exalou o último suspiro Muitos rejubilaram. Outroa disseram : cautela. Contudo Alice pensou: curiosamente os terroristas da economia Dos mercados Do social Da política contrária aos interesses dos Povos não só aplaudiram como até disseram:todo e qualquer terrorista que se lembre que nunca ficará impune. E eles? Acham-se impunes? Será que pensam Que o terrorismo capitalista Que vai desgraçando pessoas e estados E que os sustenta enquanto exímios actores de tal dramaturgo Vai ficar impune? Tudo isto tresanda a cinismo total. Os que julgam ordenar o Mundo de acordo com os seus exclusivos interesses Podem não perder a postura Mas sabem que têm os dias contados. Tanto faz ser agora ou mais logo. Sabem que um dia destes a roda da fortuna desanda e Vão crer-se injustiçados. Desde que não lhes retirem benefícios Eles só decretam austeridades para bem dos Povos. Vê-se logo. Importante é safar as bancas e os banqueiros. Que seria dos seus púlpitos de regedores se não fosse o vil metal que aqueles lhes garantem? Além dos paraísos fiscais onde arrecadam o que ganham e o que roubam e o que traficam. E Alice Perdido que foi o seu País das Maravilhas Sente-se cansada das estrelas. E nós? Cansamo-nos de quê? De levar trolha ou de aplaudir os farsantes da política? Quando escolheremos os políticos mais honestos? Quando faremos regressar o Povo ao poder efectivo? Temos medo... temos medos... De nós ou do que provocamos com as nossas bem-aventuradas covardias?

162 - Do catecismo da troika do FMI/UE Partimos para eleições:todos querem ser primeiro-ministros. Até quem fez o funeral da ruína que se lhe finou nos braços de tão desalentada que vinha dos outros que agora se mostram virgens puras de toda a mácula. Se a valsa da direita é comovente O tango da esquerda não deixa de ser divergente. Cada um com a sua bicicleta. Numa altura em que se deveriam unir esforços numa única frente para fazer face à tremenda musculatura do terrorismo capitalista a que a direita não deixará nunca de ser fiel guardiã e executora Nada melhor do que cada um lutar a solo. O Zé Povo olha Como Alice o tempo que passa. Alice deixa esvoaçar um pequeno postal onde anotou: Para governar um País há que ter alma de servidor e amar a sua história. Convirá ser honesto e tentar ser justo. Sobretudo saber que a política deve servir um Povo e nunca um Povo ser escravo ou escravizado por uma política. Quanto ao Zé Apenas quer que lhe suavizem o drácula da troika. Que lhe restituam a sua alegria de viver. A sua independência e que se unam Pelo menos os que afirmam ser seus melhores amigos Para que se corrijam todos os erros que levaram este território à falência quando tinha todas as condições para ser estável e digno e acolhedor e próspero. As auto-proclamadas elites que uma determinada burguesia diletante pariu Que não esqueçam que o que muito foi roubado a todo um Povo um dia terá que lhe ser restituído. Queiram ou não. Até lá entre murros e pontapés Esperemos que a esquerda ganhe juízo e se saiba unir para que o Zé não receie confiar-lhe o presente e o futuro.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

159 - Pelo tempo desembestado Alice confronta-se com a Noite dos Temporais: Minha Senhora DE MIM vOLTAM OS VAMPIROS e CAIEM EM BANDOS SOBRE AS ALMAS PENADAS Sugando sugando O que resta de sangue No dorso das manadas. Todos se encolhem Não sabem ou não querem arriscar Ai de nós que já não escolhem Ofertam-se a quem os vai desgraçar. A lua vai alta Ronda já a manhã Alice compõe de novo a trança Tamborilando esperança: Venha gente nova E vamos desafiar A praça grande da trova Gritando aos senhores Que tudo tem que mudar. Abaixo os novos tiranos Que só nos têm dado danos Vamos socializar Todo este tempo a rasgar.

160 - O céu rasgou-se com todo o estrondo. Verteu águas e granizo com toda a força de oceanos furibundos. Divertiu-se a enfiar o indicador pela pele adentro da Terra Numa saraivada de luz. Ai mãe!...gritava um pequenito. Dá-me cá um medo dos diabos Esta coisa dos relâmpagos. E tiritava Mais para dentro do que para fora Enquanto se arremelgava Face à tonteria electro-magnética dos céus. E depois o ribombo Que não só assustava Como ensurdecia a alma de qualquer vivente. Irra!... Todo um despaupério que durou para aí uns trinta minutos se tanto. No fim... ruas alagadas e flores caídas e árvores esgaçadas e um palmo de gelo a esbranquiçar o chão e os telhados e mais se houvesse. Alice tropeçou num ensimesmamento e deixou escapulir um Ai que tudo me dói De fazer chorar as calçadas. Pensou: não nos basta o FMI e o FEEF e a cínica demagogia do miserabilismo pensante que nos desgoverna E ainda a natureza nos tinha que desancar uma vez mais. Depois lembrou-se:todo o estertor dos ciclos vitais é assim.O sistema está podre. Descamba aqui e acolá. Vai ruindo. Mastigado pelas térmitas do desnorte total. Os que se creem ricos Despem tudo o resto. Na ânsia de sobreviverem à catástrofe que provocaram. Os nús... acobardam-se e vão tiritando Enquanto se afogam. Têm a mais terrível arma nas mãos: o voto. Preparam-nos para reeditar o algoz. Exaustos de tudo. Até da fé. Alice que já não sabe onde ficou o País das Maravilhas Aprende a geografia do País das Tormentas Com ganas de esmurrar os nús Por parecer que desistem do reerguer do novo ciclo. Porém... com maior ou menor agonia O novo ciclo virá. Alice só não sabe se terá tempo para o ver e respirar. E isso deixa-a danada. Furibunda. Ousadamente virulenta na denúncia de tanta traição à vida.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

157 - As ruas ainda são nossas. Há que ir para a rua e... gritar. Frases de hoje? Résteas de canções de ontem? Hoje diz-se assim E ainda Que a Luta continua E que é alegria. Outros perguntam Em coro Nas ruas E o Povo pá? Entretanto... Alice já não cai no País das Maravilhas Antes Acorda No País do FMI ( não diga FMI mas FEEF --- dizia o prof que gosta de ser lacrau na bíblica Belém). E Alice descobre todo um mundo às avessas. Em que prometer significa enganar. Futuro significa dores a ter por dívidas a pagar. Presente significa pesadelo. Também desemprego e salários curtos e reformas minguadas e o melhor de nós a cair no apetite avaro e ganancioso do estranjeiro. Alice descobre como todo o mundo Anda De facto À rasca.E quando a direita europeia nos exije que só dois partidos sejam poder e que se devem entender e assinar as exigências do FMI antes de eleições Ainda não percebeu que estes Lusos estão de gatas E que o rating dos mercados não parará de exigir mais e mais juros Até que avancem para outros países e esfacelem esta Europa muito pouco unida e desavergonhadamente corrupta e traidora dos seus Povos. Nada mais têm que um ultra neo-liberalismo que atenta contra o humano. Contra o social. Porque apenas entende a voracidade do seu bojo. Até a Itália do farsante El Cavalieri percebeu que o melhor da Europa é a defesa dos bancos e outros agiotas. No que toca a ajudas face à vaga dos que fogem da África em conflito aberto... NADA. Alice sente-se enojada.

158 - Há quem ande para aí a defender uma nova União Nacional para salvar a honra do convento.Fernando Pessoa dizia que Portugal era muito sacristia de aldeia.Alice que já não vai em maravilhas diz que tudo isto tem um cheiro a mofo. As elites saídas e criadas pelos governos democráticos e com a ajuda dos fundos europeus sabem que roubaram o erário público. Sabem que trairam os justos anseios do Povo. Sabem que sempre desprezaram o trabalho e sempre preferiram o desenrasca do jogo bajulatório. Da cunha e do favor. Organizaram-se em grupos de pressão para defesa dos seus próprios interesses. Cavaram a ruína deste País. Agora. Numa tentativa de se safarem vêm com a rebuscada história da Unidade Nacional. Até da interrupção das questões sociais.Onerando o assalariado e o que busca o primeiro emprego.Sempre para defesa da Pátria que tanto e sempre traíram.Alice olha-os com desprezo.Há um novo rumo a tomar. Irá contra tais interesses. Quem defende o novo rumo é tido como mero microfone de protesto... inconsequente. E se todo um povo obrigasse os culpados a pagarem a factura? E se todo um povo quiser ir por novo rumo? A direita europeia ficaria com apoplexias sucessivas? Durão Barroso e seus pares que não esqueçam que até os grandes da Europa estão em risco.Os mercados só descansarão quando destruírem esta Europa que usa e abusa de sobranceria e de outros abusos que tais face a um Mundo em intrigante mudança.Uma Europa racista mas que o nega com a desculpa da defesa dos desempregados que não se cansa de aumentar.Uma Europa nunca solidária porque nunca se assumiu como Pátria comum do... europeu.Uma Europa que só é democrática enquanto o capital e os seus peões puderem governar o resto da arraia miúda.Alice está atónita mas não perde o horizonte de um rumo novo a sério. Não em buscas de maravilhas. Apenas e tão só em busca de melhor respiração para o humano de todos os dias. Até porque... queremos ser felizes agora. Nunca depois de mortos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

155 - A governação pede ajuda externa.Depois do ultimato da banca. Depois do cerco das empresas da rating. Depois do sentenciar neo-liberal de uma direita europeia que já perdeu o pudor face aos Povos que formam a Europa. Depois de ter assumido todas as políticas de ataque ao Povo Português Sobretudo aos que trabalham.Depois de ter permitido salários ultra principescos a certos gestores e acessores e biltres do costume.Depois de se ter permeabilizado a todas as formas de corrupção. Depois de ter semeado todas as sementes da pobreza e da miséria. Depois de perder a agricultura e a pesca. Depois de não se ter sabido modernizar. Depois de... tanto que fica por enumerar. Mesmo assim o Povo parece achar que o melhor é continuar a dar o poder a toda uma direita Que tem massacrado Humilhado Escarnecido Chulado Sugado... Chiça!...

156 - A paisagem que nos cobre as mãos É um corpo assassinado Violentado Já sem número de vezes para contar. ( Dizem que nos expulsaram do Éden. Não. Nós é que nos expulsámos.) Não há vergonha nem pudor No desordeiro. O maior desacato é o que nos vai roendo a vida Pleno de sorrisos E de esperanças Tudo o que sofres É para o bem comum Tudo o que sofres É para um futuro melhor Cada vez nos rói mais fundo Vísceras do corpo Vísceras da alma E ele cada vez mais esfaimado E nós Otários de sempre Encolhemos os ombros Dizemos que se fosse outro seria pior E perdoamos-lhe este rói-que-rói E defendemo-lo dos predadores E não conseguimos ver outro sol no horizonte. Sobre a Terra o Sol estendeu uma enorme língua vermelha. Ele mandou-a tapar.

terça-feira, 29 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

154 - UF!... o governo está demissionário. No próximo, haverá um novíssimo dicionário? Do que está e do que pensa vir a estar Já muito se promete e compromete Na arena europeia. E o Povo? O Zé Povo só presta se votar E em quem o sistema quer. Ora o sistema não quer a "esquerda radical" Prefere a ordem do bem comportado O que espanta Mata e esfola o Zé Povo Para glória e bom porto Do sistema venerável da direita A única A inefável A guardiã Da ordem e do progresso de alguns. O sistema tem um túnel de horrores que surgia Na feira popuplar. Quem lá entrava ía coleccionando sustos Pavios de adrenalina. Nesta Feira Popular O Zé Povo vai-se divertindo com os sustos E prepara-se para o inferno Desta Divina Comédia Que Dante não desdenharia. Ou então opta pela tal esquerda a que a direita agora chama de radical E prega um piparote em todos os que Até agora Apenas o tem aldrabado e bem cavalgado a toda a sela. Zé Povo Zé Povo As esparrelas em que tens caído Não são fado nem destino. Rompe com elas E poderás ser um pouco mais digno. Sobretudo não assassines a tua própria esperança.

terça-feira, 22 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

152 - Dançar na copa das árvores Inventar cidades novas No olhar dos peixes Murmurejar novas línguas Nos ouvidos dos silêncios Será tecer novos linhos Nos velhos teares das manhãs. Galopar no dorso dos ventos Sorver o leite da vida Nos imaculados seios das águas É decidir entre o naufrágio e a madrugada No velho promontório do tempo.Improvisar serenatas aos corais Tocar piano nas dunas Aromatizar de sândalo as feridas Que a terra vai somando É adormecer exausto de sonhos Entre os lençóis dos calos. Ser guia-intérprete dos astros Em excursões culturais Ao âmago das almas Será soar como um violino No meio das orquídeas Que noivam o crâneo das baleias. No fundo de todos os lagos De todos os rios De todos os mares Ou apenas de uma lágrima Seremos um pouco do coração Um pouco da alegria Um pouco de Deus. Escrevemos coreografias dançantes Nos lajedos da ilusão Vemo-nos face a face com a Vida E dizemos morte Precisamente porque tememos a Vida.

153 - Estes belicistas são Pistoleiros mafiosos. Neutralizam armas de um qualquer ditador que massacra o seu Povo E não fazem o mesmo Quando um qualquer malabarista Empobrece e mata de desesperança o seu Povo?!... O papado e os reis Amaram os Templários Enquanto os julgaram úteis. Depois inventaram a Inquisição: os Templários acabaram nas santas fogueiras. Andamos a alimentar um imenso polvo Sem suspeitarmos que ele nos devorará?!... Os tempos enlouqueceram Nas ruas dos macacos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

150 - Todo e qualquer artista Para lá de toda a formação académica ou outra que possua É Na essência Um autodidacta. Porque procura coisas novas E experimenta No todo que já é conhecido.Porque tem que compreender o mecanismo da mecânica existente. Porque interroga Porque duvida Porque critica Porque propõe. E é assim que inova. E é assim que cria. E é assim que expande horizontes. Seus e dos que se encontrem no que faz. Não será um ser militante de um qualquer rebanho. Muito menos alguém que se aprisione no correctamente estabelecido Ou obediência cega ao que coordena e castra a humanidade.Um artista é mais um vulcão E como tal age E como tal respira E como tal vai redefenindo o que o envolve Mesmo quando pensamos que não. Mesmo quando não enxergamos o alcance do seu trabalho. Um artista será sempre a nossa inquietação A aventura da descoberta que nos pode levar a ter cada vez mais e melhores asas. O incenso com que nos purificamos Invocando os deuses para o semear da Paz Do amor Do conhecimento Da tolerância Do infinito encantamento pela Vida. Quando os temos Pouco ou nada os valorizamos. Nem sabemos das suas dores ou das suas alegrias. Irritam-nos mais do que cativam. Não sabemos enxergar a mais valia que nos ofertam. E quantas vezes não lhes obstaculizamos o caminho que enfrentam?! E no entanto eles teimam. Parcos de forças. Nas veredas do que acreditam. E não entendemos porque uns conseguem muito E outros se arrastam no pouco. Os primeiros obtiveram o aplauso de uns quantos Os segundos não tiveram essa sorte. Como tudo na vida O factor sorte é demasiado determinante Para poder ser ignorado. Ainda por cima a arte não é consensual. O que hoje é importante Amanhã poderá não o ser e vice-versa. Só o tempo e o limar das consciências determina a longevidade da arte.

151 - Exauridos de contendas. Abespinhados com tanta maleita. Encurralados por tanta ganância.Desesperados com tanta corrupta malvadez.Ironixzamos. Anedotamos.Porque nos apetece rir ante tanta dor Como diria o José Carklos Malato. E voltamos a ouvir Dentro da nossa cabeça GRÃNDOLA VILA MORENA TERRA DA FRATERNIDADE O POVO É QUEM MAIS ORDENA DENTRO DE TI Ó CIDADE Na voz inconfundível do Zeca Afonso. E um mar de interrogações abalroam-nos. A inquietude agasalha-nos. Seremos capazes de voltar a repôr a canção? Precisamente quando os Deolinda gritam E que parva que eu sou? Há algo de cruel em todo este emaranhado da política que nos pretende governar. Há muito tumor e temor para extirpar. Há muito choro para correr E outro tanto para cantar. E por muito que nos doa o corpo Muito mais nos dói a alma. Caminhamos para o limiar da derrocada ou da redenção? Acode-nos uma inquietude: a ALEMANHA APODEROU-SE DO BUSTO DA NEFERTITI ANTIGA RAINHA DO eGIPTO. NÃO A DEVOLVE NEM TEM INTENÇÕES FUTURAS DE O FAZER. ACHA QUE UM ÍCONE DA ANCESTRAL HISTÓRIA DE UM POVO QUE NÃO O SEU LHE PERTENCE. E o que faz à Europa? Não haverá repetição do mesmo Através da economia? Não era suposto haver uma União Europeia? Não era suposto haver uma economia mais democrática? Ainda por cima pouco aprendemos com: o desastre natural que amputou parte do Japão A que se segue um desastre nuclear que pode amoputar O Mundo de mnuito mais que um pouco de terra. Uns querem salvar a Vida. Outros a sua própria ganância. Esquecem que a vida serve a todos. A ganância apenas a alguns. Mesmo a estes ser-lhes-à mais mortífera que vivificante. É tudo uma questão de tempo e de espaço. Vamos de novo pôr nas ruas Grândola Vila Morena?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

148 - Ditadores: Dita dores. A quem? A todos. Sobretudo aos que são considerados inferiores Ao estatuto de deuses Que tais senhores julgam ser. Loucos? O poder também enlouquece. Precisamente pela mesma crença. Alguns até foram revolucionários... Foram. Deixaram-no de o ser. Que o poder que almejaram Tornou-se dogma. Inquestionável. E a revolução que o Povo amou Descambou em traição do Povo que não vigiou E se acostumou Ao ar bem falante Do revolucionário que se modificou E até se tornou ( quantas vezes?!) em milionário. Com tanto necessário que se debate com a extinção Quando se extinguirá O desnecessário ? Quando um Povo se tornar de novo revolucionário.

149 - Geração ou gerações à rasca Encheram largos e avenidas de algumas cidades deste Portugal doente de tanta raiva estrangulada no peito. Ousaram embarrigar as ruas com a sua revolta. IRÃO PARAR? IRÃO CONTINUAR? A governação ficou inquieta. Nervosa. Incomodada. Os partidos burgueses Sentiram-se com dores desusadas. Ao mesmo tempo Os professores protestavam contra a irracionalidade que reina na Educação. Um cartaz dizia ao Primeiro dos Ministros Que metesse a austeridade no pacote. E cantava-se: Zeca Afonso Tordo Simone Variações Rui Velosos E houve quem gritasse num cartaz: Deolinda ao poder que a Luta é de Alegria. Se tudo isto for o princípio de uma insurreição Poderemos sonhar e cheirar e sentir a Primavera a chegar. E Portugal precisa de uma outra política Com que nos desenrasquemos. Já basta de traição à Vida. O Povo está cansado e dorido Mas interroga: E o POVO pá?!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

143 - Caudais sobem. Submergem tudo. Com a ira própria das torrentes. Insectos. Cápsulas negras de vida.Amaranham escarpas acima. Corpos que bóiam prelúdios de morte. Outros. Deanbulam onde. Pequenos fios de esperança rompem crostas duras de lama. Que fizémos? Que nos fizeram? O que não fizémos? O que teremos que fazer? Haverá redenção? Os sistemas caiem quando apodrecem. Mas... entre a morte de um e o nascer de outro Quantos se veem no vórtice da desesperança uantas revoltas triunfam? Quantas seremos capazes de parir e aguentar e aprofundar até ao resplandecer de um novo mundo a sério? As inquietações são múltiplas. Desgastam-nos até à mumificação dos medos. Quando teremos a correr nas veias a Liberdade? Quando resplandeceremos de paz? Dizei-me Antes que me dilua numa pequenina poça de água.

144 - Dizem: santo o patrão que nos dá trabalho. Paga mal. Algema-nos demais. Mas santo é. Ora: um indivíduo tem uma ideia luminosa. Com ela cria uma empresa e diz: preciso de uns quantos engenheiros técnicos administrativos operários. Compra-lhes a sua força e capacidade laborais. Ao preço que quer. Nunca ao preço justo do que merecem. Ganha mais valias. Faz oferendas para diminuir impostos. E ainda decreta preços e coimas do trabalho? É estramnho que seja santo. É estranho que quem vende não saiba ou não possa pedir o mais justo valor. Não andaremos todos metidos num filme ao contrário ou numa grande burla?

145 - Pouco a pouco A fala torna-nos silenciosos Magoados Tímidos de tanto sol. Pouco a pouco As sombras escoam-se Pelas comvulsões que gritam Liberdade num crescer de Países onde o poder se tornou opressor. Pouco a pouco Todos os agiotas sabem Que têm o tempo contado E assim refinam As suas práticas de latrocínio. Pouco a pouco A imensa lágrima que alaga Rostos indefesos e empobrecidos Alimenta o lavar da imensa lama Que os grandes de hoje Nos têm legado. Sabem que não têm futuro Assim lançam-se na esquizofrenia do mal musculado Aparentemente bem falante. Pouco a pouco Um novo mundo alastra Sucumbindo o velho Que tanto tem desgraçado os futuros. Pouco a pouco Olhamos o desconcerto E sorrimos aos astros que escrevem Novos poemas Para além da vidinha A que nos obrigam Todos quanto têm tido o descaro Do roubo e do vilipêndio De quantos apenas querem Ser felizes e respirar.

146 - Da loucura kadafiana À morbidez cínica do mundo dito ocidental Venha o diabo e escolha. O supremo interesse do Povo Fica algures no tinteiro Dos ministros que apenas sabem decretar Aperta o cinto ó Zé Para que os senhores malteses possam continuar a engordar. Há fartura de senhores gansters nos governos. Há filões de veneráveis ladrões na banca e afins. Há vilões nas forças armadas que se pavoneiam nos salões. Há miseráveis na gestão dos mercados e das bolsas de valores. Mil e um vendilhões dos templos. Vampiros esfaimados e quase sem manadas. Gerações inteiras à rasca e...um povo inteiro resignado. Quando se incendeiam os pórticos do Terreiro do Paço? Quando se diz basta ao genocídio económico e social? QUANDO?

147 - Enquanto a Líbia se contradiz Pela teimosa resistência do ditador Que não enxerga a vontade popular Andamos nós a sofrer A especulação petrolífera que arrasta outros bens de consumo Alimentares por exemplo. Acabamos a respirar A proeminência da carne Que o santo carnaval Folgazão e vistoso Irrompe pelos poros do Brasil De Veneza Para já não falar de múltiplos palcos neste Portugal às avessas.Há quem figure Portugal Numa vaca esquálida A que o homem do leme se agarra Na esperança de lhe sacar a derradeira gotícula de leite. Há quem ponha o vetusto e redondo capitalista A pesar mais do que todas as profissões juntas. E tudo o que seja contestação irrompe nos corsos deste Povo. De tal modo Que o festival da canção Contra todos os prognósticos Usando o voto telefónico Premeia um remaque da canção de protesto: "A luta é alegria" segue para Dusseldorf. COntestamos a rir. Nâo há seriedade que nos levante. Só a ironia A anedota A brejeirice Com que sempre alfinetámos o traseiro que nos importuna. Pelo meio deste imenso circo O PCP comemora os seus sólidos noventa anos de existência: luta resistência luta e... O dia da mulher coincide com o dia maior do Carnaval: ironia dos calendários. A caminho do dia maior da indignação e do protesto Que se deseja múltiplo musculado e determinativo contra tudo o que não respeita O nosso direito à dignidade. Mas se "a luta é alegria" Como o Povo sufragou Veremos o que o tal Povo fará nesse dia em que Lisboa verá A indignação e o protesto Inquietar-lhe A mistificação com que se veste de capital De todo um Povo Que satiriza Ridicularizando Os seus inefáveis governantes.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

141 - Amemos a Liberdade. Mesmo que espoliados economicamente. Obrigados a dizer bem e sorrindo do patrão. Coartados na livre expressão do que pensamos. Escravos de horários de produção de benefícios em off-shores. Desconcertados por todo um imbecil nepotismo de governantes enloucados. Sofredores compulsivos de todos os aumentos dos bens essenciais. Observantes passivos de todos os embustes e mafias e esbanjamentos e mistificações dos santos e honestíssimos políticos e economistas e contrabandistas do fácil e despudorado e célere enriquecimento. Fartinhos de dores e de esperanças várias. Amemos a Liberdade. Com a mesma sanha com que o Egipto destronou Mubarak o faraó do grande embuste corruptivo. Indiferente à miséria que asfixiava as ruas e bairros da maioria do seu povo. Mesmo que haja ameaças de tareias e mortes ou até factos. Amemos a Liberdade. Não desarmemos de hastear a nossa indignação e repulsa Por todos quantos Nos tramam a vida E nos esganam a alma Espoliando-nos de direitos Castrando-nos do futuro. Amemos a Liberdade E mudemos de vez os carris Onde circula A morte anunciada às mãos de uma economia Que apenas engorda Os obesos dos regimes Os lateiros dos favores Os mercenários do embuste mercantil. Amemos a Liberdade E como o Povo do Sol e das Pirâmides Não desertemos das ruas Onde hasteamos e hastearemos a nossa indignação O nosso protesto Contra toda a desonra e humilhação Que nos atiram. Amemos a Liberdade E não nos cansemos Até derrotar Toda esta bestialidade reinante.

142 - Chove. O tempo está difícil. Vários são os Países onde Os Povos se revoltam. No meu A resignação Costura meias. Meias águas Meias tintas Meias palavras Meias verdades. No meu País Muito se perde Enquanto alguns ganham em demasia. No meu País A resignação É a cortesia Da miséria Da ignorância. Tudo quer ser especialista de algo. Acaba tudo a ser ignorante Do essencial: A vida melhor Que todos poderiam ter. Não têm. Têm solidões A morrerem a solo. Esquecidas Por toda uma rebentação Da indiferença. Esta a rainha De todas as doenças De que sofre o meu País. Como a pobreza que ataca tudo Hera que afogasse a árvore hospedeira. Não. Chamam-lhe dificuldades e crise. Típico do servo Que sempre foi resignado. Esquece que nos condenam À insensatez de múltiplos sacrifícios Que o Povo se habituava à obesidade capitalista. E esta é adereço só de alguns. Ah O Estado gasta ou gastou demais. O Estado é o conjunto de cidadãos. Os governos é que decidiram e impuseram receitas e despesas. O Estado nunca foi ouvido. Quando muito foi iludido Por ideias de progresso Que em nada o melhoraram. Deram-lhe encadernação mais nova. Não lhe remoçaram o âmago. E os mesmo que esbanjaram Que corromperam E foram corrompidos São os clínicos que tentam salvar o doente. E por ser doente A resignação Estupidifica e entorpece Todo um momento Em que tudo Desaparece E a vida definha e empobrece E a tudo e a todos Embrutece. É assim Que a esperteza Toma rédeas E galopa Neste tempo em que a chuva não pára E as revoltas alastram Pelas veias dos Povos.