terça-feira, 26 de junho de 2012

215 - Anacronicamente a ERC versus M.Relvas barra Jornal Público Consegue revelar o já pressentido: o caso político é grave. A ERC não pode nem quer confrontar o ministro. Deixa-se permanecer a dúvida sobre o jornal Levando ambos O ministro e a Comunicação Social um puxão de orelhas da ERC Que acaba a perder no que respeita a autoridade ou à moral ou à ética ou à independência Face ao poder político ou partidário vigente. Não estamos em ditadura mas... multiplicam-se os tiques ditatoriais. Urge cautelas e Acima de tudo Rigor democrático. A falta de verticalidade e honestidade democráticas de Relvas São mais que óbvias E evidenciam-se com o passar do tempo. Ele não é mais do que um produto da zé-espertice tão peculiar neste Portugal que se assume como aprendiz da Democracia e da Humanidade. Ele e Passos São os melhores produtos do maquiavelismo sinistro  de um Ângelo Correia a carecer De forma premente Da mais completa auditoria aos seus negócios Para que se desmascare de vez o alfobre da vergonha criminal de um País que teima em se rever numa pseudo-média-alta burguesia que nunca existiria se a Democracia não existisse e não tivesse sido pródiga em facilitismos bacocos que apenas têm produzido traições ao essencial de um País e de um Povo. Tal gente só conhece a deutchlândia e as arabicádias petrolândias. São lacaios por nascimento e natureza. Como tal Acabam verdugos Não vão os seus chefes condenarem-nos à insolvência. Doutos em tudo e em nada. Robóticos do melhor excremento do Capital. Sumidades na orgia capitalística-burguesa Que avança pelo Mundo fora sem se dar conta da sua bestialidade.
Depois... vem o euro-futebol. Tudo chora. Tudo sofre. Tudo vibra. Portugal passa às meias-finais. Dispensável o Relvas no estádio. Foi à sua conta ou à custa do OGE? Vibrou ou vibrou de circunstância? Tão imbecil quanto o Álvaro económico. Fruto de uma emigração de desenrasque. Receita que o Governo do dito volta a dar para o País. E se nos fôssemos todos embora? Nós os que trabalhamos no duro e somos espoliados de todos os direitos e dignidades?! E se a corja governamental mais as cortes respectivas se vissem a governar para um deserto? Imbecis e traidores de tudo? Até o Passos anda a fazer de caixeiro-viajante para vender Portugal a retalho. Alguma vez um primeiro-ministro desceu tão baixo? O da economia anda luzidio e feliz. Nenhum reco se sentiria mais feliz na sua pocilga. Uma réstea da Função Pública manifesta-se nas ruas de Lisboa contra o roubo dos subsídios. Onde a maioria? E quando alastrar à privada? A tortura destes caminhos É a ausência das vítimas nos protestos. Refugiam-se no futebol e nas Madonas. Enquanto houver êxito. E depois? Ah... a um de Julho sobe a electricidade e o gás natural. Que chatice. 25 Despedimentos diários e em média. Tentam-se todas as formas e maningâncias para baixar salários e não pagar indmnizações. As novas leis laborais (alterações ao Código do Trabalho) foram promulgadas pelo Presidente de uma República adoecida. Na véspera do S.João o Gaspar das finanças No seu falar arrastado de aparente sonolência Avisa que os impostos não chegam e que... Não há mais austeridade... proclama o Passos... Ainda é cedo para dizer se haverá necessidade de mais austeridade... emenda depois... O PR diz que o País não aguenta mais austeridade...Cortem na despesa.... gritam economistas... Alguma coisa nos diz que o caldo está a entornar-se... nem a Grécia venceu a Alemanha nem a Merckl deixará de nos esganar. Na noite do S.João... Porto e Gaia enchem as Ribeiras de Povão... aprestam-se barcos rabelos e outros para a grande noite do manjerico e do alho porro e do martelinho. Rio e Menezes esmeram-se na festança que este ano tem a presença do marajá Silva. à meia-noite rebentam as águas: o rio inunda-se de fogo de artifício. Um bom quarto de hora com um monumental  fogo com música americana a condizer. Esteticamente...perfeito. Mas... há crise? Onde? Com tal exuberância de fogo ( estaríamos no Porto ou em Camberra?) e com tão ilustres patronos... porque não devolvem o subsídio de férias que roubaram aos funcionários públicos? Crise? E o povo basbaque não se revolta? A traição é monumental. A democracia perde. Parece ganhar a plutocracia. E por mais que se esmiufrem a demonstrar o êxito deste esganar do Povo Não tardarão a decretar novas e mais restritivas medidas: se o Povo não tem dinheiro Pouco ou nada movimenta da economia real que vai definhando e esqualizando os impostos. Nada desta receita resulta. Ao mesmo tempo: os mesmos que mamaram à grande dos OGE e subsídios europeus e linhas de crédito especiais a que juntaram êxitos e derrotas bolsistas e puseram o melhor do saque nos paraísos fiscais Continuam a mamar porque é preciso ( diz o governo) ter empresas competitivas. As mais gordas vendem-se ao estrangeiro que por mero altruísmo não vai levar as mais valias para fora do País. Quanto ao governo ser anjo... o melhor é esperar pela hecatombe que se anuncia com toda a pompa e circunstância e mais a benção sempre mais exigente da Troika. Parabéns snr primeiro-ministro: está a conseguir transformar Portugal numa monumental e bem concorrida... Feira da Ladra.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Impressões Digitais de um estranho País (cont.)

214 - Terminou o manuscrito do snr. Tempo. Alice está feliz. Não deixa de se sentir inquieta face a tanto aparente conformismo.Parece... diz ela... que tudo se está a resignar à avalanche de leis e disposições que retiram direitos. Cinicamente... o governo e afins dizem: o Povo português tem uma capacidade infinita de resistência e de espírito de sacrifício. Diz Alice: pois... quando todo o Povo descobrir que os sacrifícios não levam a nada senão ao enriquecimento ilícito de alguns e que esta governação não é mais do que o atalho para o Capital tentar impor à Europa as regras que mais lhe convém ou seja: humilhar e escravizar os povos para que o capital se veja anafado... veremos como será o comportamento. A actual farsa do emprego jovem ( mínimo de salário e ajudas ao patronato e continuação de desemprego). O aniquilamento do SNS e da Educação pública e da Segurança Social e da Justiça para que existam apenas modelos próprios para quem tem dinheiro...são bombas capazes de suster a corrupção que alastra nos meios político-militares? As novas gerações serão capazes de mandar para as urtigas esta cáfila de bem falantes que parece nada temerem? Será que a Banca e afins vão continuar a praticar agiotagem? Será que as políticas desistem em definitivo de serviram os Povos? Tudo depende do que formos capazes de reinvindicar. Para tanto há que lutar e lutar e lutar... água mole em pedra dura tanto dá até que fura... diz o ditado popular. A vida tem que repor sanidade nos sistemas. De contrário... a raça humana implode. Fatalismo é deixar andar e nada contrapor. Covardia é nada denunciar e não estimular o pensamento e a crítica e a reconstrução de moral e de ética nas relações dos caminhos. A arte e a cultura são searas que não podem minguar para que os espíritos não mirram. Urge erguer toda uma cultura de Paz no planeta. Urge aproveitar o melhor do que foi feito para avançar no pulverizar das trevas que alguns querem semear. E com um sorriso Alice foi-se à procura do próximo S.João já que o Stº António já ficou pelo caminho.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

213 - Nem o cheiro dos manjericos nos despegam do manuscrito do snr. Tempo. Alice arranjou-nos esta linha contínua de leitura. Continuemos: O mal que cada um faz ao outro Não é mais do que a ignorância de que os velhos sistemas são meros instrumentos de opressão. Nunca urdiram paraísos Precisamente porque a traição culpou a mulher sedutora que fez perder a inocência ao Adão Mas não disse que o Paraíso perdido Aconteceu no exacto momento Em que ambos os sexos quiseram enveredar pela luta desenfreada Mesquinha e estúpida pelo... PODER. Esqueceram que a Vida é ousadia colectiva Jamais individual E que tudo o que a Terra nos dá Junto com tudo o que conquistamos É o magma que pode manter o equilíbrio natural e tudo o necessário para que todos povoem o planeta com alegria Desprendidos de arcas de coisas Que nada resolvem se não forem Pão para todas as bocas Saúde para todos os corpos Movimento criativo para todas as almas. E não falamos só de humanos!... Em tudo isto há algo que nos enerva: AS PALAVRAS. As palavras ficam sempre aquém ou vão para além de tudo o que se vive. Difícil conseguir a exactidão de cada relato que se faça Por mais que se tente ou queira. Ainda por cima o...Tempo. É a nossa maior prisão.Cada segundo é um punhado de terra. Cada minuto o tombar da alma. Andamos em híper-alta-velocidade. Não há tempo para o tempo do tempo.Não há dor para a dor de tanta dor. Assim... a alegria com que besusntamos o rosto de todas as ruas É mera máscara para a peça que cada momento nos obriga a representar. Só na sombra de cada luar nos permitimos ser o que verdadeiramente somos com toda a virulência da paixão Com toda a seda da ternura e Por isso Nos damos conta que quem quiser gostar de nós terá que ousar Sabendo de saber sentido Que dentro de nós vive O magma em movimento. Por fora somos a frieldade que tudo arranha Esquivo mercador de ideias Tecelão de gestos e pintor de palavras à espera que nos entrem no sacrário e se deixem aquecer pelo tambor que tocamos com arrebatamento Que o simples gostar incendeia Tornando-o em amor Cigano nómada de todos os tempos De todas as Pátrias onde a cultura da Paz nos liberte a inteligência Que da arte e da cultura se simplifica e aprofunda e humildemente nos angrandece com as asas dos pássaros que nos elevam o olhar e o planeta ritmiza o coração com a força do mar que se enternece e acalma no beijo profundo do Sol!

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212 - E continuamos com o manuscrito que Alice nos trouxe:As democracias em perigo. As democracias em crise. As democracias infuncionais. Todas têm elites deste teor. Decisores de ruínas Auto rotulados de inocentes e salvadores Prestimosos anjos protectores Do Santo Capital Por quem ordenam féretros De tudo e mais alguma coisa. Tudo Para Bem das Nações!... O fascismo sabe reinventar-se! O colonialismo de novo tipo É uma das suas facetas.Para não falar do racismo: de cor e de raça e de etnia e de religião e de ideal ou de dinheiro ou de sexo. Racismo político e social. Manjedoura farta de tiranias. O neo-fascismo é um ogre. Rei e senhor de pântanos. Mecenas da ordem mortífera. Os seus viveiros existem e medram nas democracias burocratizadas Kafkianas Defensoras dos opressores Mesmo que proclamem e finjam defender oprimidos. A tenacidade da raíz do mal Pasma-nos...pela persistência!Tudo isto parece impossível!... Se calhar... até sou impossível. Impossível ser poeta. Impossível ser pintor. Impossível ser escritor. Impossível ser declamador. Impossível ser actor. Impossível ser cidadão. Impossível ser gente. Impossível ser sindicalista. Impossível ser político. Impossível... SER!... e tu... e cada um de vós... Que faz o nós que deveríamos ser. Não vos sentis impossíveis de existir?... Tenho lágrimas na garganta. Tudo o resto move-se Ausente de garganta Ausente de lágrimas. Movemo-nos numa quase apatia Como os que se movem entre escombros de um terramoto. Tudo o que fomos Tudo o que somos Tudo o que quisémos ser É NADA e no entanto é o nosso magma É a nossa alma SOMOS NÓS.Por isso gostamos de ver as entradas de toiros: o animal vem em correria doida Rua fora Entre campinos e cabrestos e cavaleiros e cavaleiras de muito primor E temos a sensação de sermos valentes A olhar o perigo Olhos nos olhos Que por nós passa quase à velocidade da luz. Os mais ousados Sujeitam-se à cornada. O Capital é bem pior e esmaga-nos contra as tábuas da vida se não o ousarmos estocar. A política ou a economia Como tudo o que o homem criou Só tem sentido Se servir a Humanidade. A perversão de tudo o que vivemos É querer que a coisa criada Seja o ídolo que nos submete Que nos escraviza Que nos vai matando A cada segundo que passa. Os que tal promovem São criminosos legalizados. Por nós Acagaçados pelo voto dado nunca para este fim Mas que eles transformaram Na traição completa Repleta pelo desprezo que nos dão Mesmo quando sorriem E discursam Falas de amansar Para que ninguém acorde da ileteracia da informação não retida Da inteligência não ginasticada Da ignorância profunda Da recusa absoluta em questionar. Os poucos que ainda ousam confrontar o poder são tidos como desordeiros Ou meros sabotadores. No fundo de nós Até sabemos que eles têm razão mas... agridem a nossa covardia letárgica e desenrascada. Esquema aqui Esquema ali Lá vamos furando Sobrevivendo Mas nunca vivendo o pleno a que sempre tivémos direito. Somos uns... tótós. Além do mais Temos por hábito elogiar os mortos. Em vida Todos quantos criaram arte e divulgaram cultura São quase sempre Uns doidos varridosVidas em fios de navalhas Rostos de imensos sorrisos Mesmo quando a alma está mal Ricos de tudo menos de dinheiro Ardentes profetas da PAZ e da Democracia Como cultura e sistema político e social Mas inevitáveis sacos de boxe Dos que pr0ofessam a rapina Dos que precisam da incultura e da estupidez generalizadas para serem grandes. Quando um artista morre Logo se lhe incensa o génio Se exaltam as virtudes Fazem-se homenagens póstumas com placa de rua a condizer. Também as excelências Que nos criam todas as dependências Martelando-nos as vidas com cinzéis de desdém Os que nos roubam tudo Desde a dignidade à alma Quando morrem Acabam santificados e com todos os crimes perdoados.Esquecemo-nos de que estamos longe Muito e muito longe da cultura da Paz democrática. Falta-nos o engenho para nos preenchermos de humildade e de simplicidade Únicas vias para podermos ser sapientes com todo um oceano de serenidade. Andamos arredios dos caminhos da iluminação. Não temos argumentos para a insurreição. Quando deixaremos de ser tótós? Quando seremos capazes De abrir portas ao sol em todas as casas e em todos os seres? Quando perceberemos que as disputas São ímans dos disparates e que cada ser contém em si uma qualquer mina rara que pode enriquecer a todos? Quando entenderemos que a partilha é a única mesa onde cabem todos os que desejam a Paz Cultura democrática e alegria Para que a Vida possa ressurgir?

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Impressões Digitais de um estranho País (cont.)

211- Continua-se a ler o manuscrito que Alice nos trouxe: Por tudo isto Pergunta-se: o que é um nome? Um mero rótulo identificativo. Já lá vai o tempo em que um nome era significante de vida. Já ninguém se preocupa com a morte. Importante mesmo é neutralizar o sofrimento. Ajudaria muito nesta sobrevivência em que nos arrastamos. Mas não deixa de haver festas. Mais ou menos comemorativas de uma qualquer tradição ou vaga essência de Concelhos ou de Freguesias Mais ameaçadas de extinção do que o resto.Como o funcionário páublico que já é trabalhador em funções públicas. Tudo o que ainda possa ter um pequeno cibo de âncora Está condenado a desaparecer. Não tarda que os privados façam o que o público fazia. Ficará um resíduo Mais ou menos burocrático Com gente precária e com ganhos precários. Diminutos de preferência. O Estado e o Governo que o gere Sempre hão-de ter um lembrete de que existem. A União Europeia desunida já pensa excluir membros. Grécia à cabeça. E o que roubaram à História grega? E as indmnizações devidas pela brutalidade com que o regime nazi e alemão produziram? Tolices. Os grandes têm que ser defendidos de todas as turbas Nem que se arrase tudo o resto. E todo este colectivo Que se afirma individual Alaga cada cidadão Subverte-o Extripa-o de sentimentos De consciências Atira-o para a deprimência que o enlouquece Enquanto o escraviza Dando-lhe uma réstea de aparente liberdade. Domesticando-o com a caridade evangélica ou mais ou menos acenando-lhe com o divino dos seus santuários Onde tudo está programado para o mercado: compra a vela e paga o culto Ouve a prédica da purificação Sê obediente a qualquer patrão Reganha a fé e não te importes de ser inculto Mesmo que tenhas um diploma Deixa-te embrutecer Trabalhando e vendo futebol Ouvindo fado e sobretudo ter fé. Nunca ouviste dizer Que mais fácil é passar um camelo pelo buraco de uma agulha Do que um rico entrar no Reino dos Céus? Pois é. A Igreja está de braço dado com o Capital e sempre do lado dos oprimidos... não é? A estes promete-lhes o céu após todas as tormentas que lhes deram os ricos... A estes a Igreja promete-lhes o céu se... depois de todo o mal produzido e provadas que foram todas as guloseimas da vida Derem os seus proveitos à... Igreja que fará... por certo... boas acções para socorro dos desgraçados. Querem melhor Bíblia da traição? Desde a Inquisição para não dizer antes que assim pensam e agem e não mudam. Casmurros. Velhos e patéticos e caquéticos sacerdotes e bispos e cardeais da traição. O Capital foi e é e será sempre A sua primordial consolação. A divindade que apregoam é imagem dos seus interesses viperinos. Quando se confrontarem com Deus... Não era Mestra Gil Vicente que os metia na Barca do Inferno? Não foi Bosch que os pintou nas torturas do demo? Os escombros são reais e desarticulam as Nações. Os partidos são integrantes das democracias. Os partidos que diminuem e fracturam as democracias Não terão que ser neutralizados? Algum corpo sobrevive se não extirpar os vírus que o atacam? A higiena democrática não contempla a purga? Os povos não terão que ser vigilantes e actuantes contra tudo o que lhes ameaÇA A VIDA SAUDÁVEL EM QUE O PROGRESSO REINE? Quem vota não tem que ser respaitado? Toda e qualquer partidocracia Não será a agonia da Democracia? E os cínicos conciliadores dizem que a ambição é a História dos Povos. Não dizem que o progresso da ciência e o progresso do pensamento e o progresso da cultura e da arte obrigam-nos a todos a transformar essa ambição no seu significado verdadeiro: UM MUNDO NOVO A SÉRIO! Nele cada um deverá sentir-se realizável e ter as suas necessidades saciadas. Pensar que todos são filhos da Vida e irmãos por nascimento e existência. Que ninguém pode ter algo que seja fruto do roubo ao semelhante. Que ninguém pode ousar o Paraíso dando aos outros o Inferno. Deus será a essência e o magma da Vida Nunca o produto de um ego Doentiamente insaciável. Por estas e outras razões é que os tiranos e tiranetes adoram apregoar a inevitabilidade e até a bondade dos desmandos que praticam. Sempre por amor ao próximo que os deve de servir sem questionar suportando a canga e o azorrague para limpeza e desinfecção das suas almas medíocres. Ah e como os que praticam a partidocracia são tão gémeos dos déspotas! Há mulheres que pariram e fizeram dos filhos escravos para o seu serviço. Não amaram. E esses filhos se lhes escaparam Tentam por todas as formas para os apoucar Sempre com o secreto motivo de os ter sob as suas ordens e ditames. Dirão que são monstros de egoísmo. Parcas que pairam sobra a vida com eterna avidez de tudo devorar. Nas democracias corrompidas Não faltam instituições político-sociais que tal não façam. O pior do egoísmo em suprema orgia : eis os tempos que correm. Os humildes e sérios e honestos são as suas primordiais vítimas. Depois... tudo o mais que puderem. É o canibalismo político-social em pirotecnia estouvada. Esquecem-se de que tudo o que ousar dizer ser dono de certezas e de verdades absolutas É o melhor mestre e profeta e criador das desgraças totais.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Impressões Digitais de um estranho País (cont.)

210 - Continuando a leitura do manuscrito do snr. Tempo trazido por Alice: Houve tempo em que os Povos não decifravam A hieroglifologia Das suas arengas. Só por isso julgavam que mentiam ou que rasgavam promessas.Não. Sempre anunciaram o que queriam Sempre disseram ao que vinham Sempre foram manipuladores do medo com que injectavam os Povos. Sempre provocaram anomalias que lhes justificassem e justifiquem a diminuição da legalidade democrática e lhes permitissem muscular os regimes. Sempre praticaram inúmeras inconstitucionalidades que os Tribunais Constitucionais sempre acabam por sancionar ou não estivessem pejados dos seus agentes ou compinchas ou serventuários. São carrascos e agentes funerários da própria vida. Diz a ciência que QUando nos convencemos de que tudo sabemos... só criamos asneiras e desastres tanta vez irreparáveis.Ora... esta burguesia apodrecida ( e tanto que até se chafurdam em perfumes e outras águas de cheiros) convenceu-se de que é a Bíblia dos Tempos. O colapso anda no ar e esbanja odor melífulo por todos os recantos. Somos apenas a desculpa para toda a sua irresponsabilidade esquizofrénica. E como não podia deixar de ser Sempre bem abençoados por todas as igrejas cristãs que já há muito muito tempo traíram a fé que dizem anunciar Dando o braço a todas as opressões Especializadas em domadoras de almas que os corpos esvaídos movimentam. Ah Deus A tua Humanidade está enlouquecida : a parte menor Por ambição sem conta nem medida A parte maior Por gostar de ser rebanho e não saber ou não querer expulsar os pastores que o esbulha e rouba e trai e sufoca e mata. Além de serem especializados em os ofertar a todos os piores predadores. E como o desdém e a arrogância bem desfilam nas passadeiras dos equívocos!... O circo das palavras... flui entre a aristocracia dos vampiros. Todos os pulhas da vida fazem dos areópagos Prostíbulos E tornam-se chulos e prostitutos do velho cínico e decrépito Capital que julga que tudo é dele e ordena a todos ou não fosse Satanás no deserto: Tudo vos darei se... prostrados me adorardes! Nunca olvideis: o que vêdes e não vêdes O que sabeis e não sabeis O que sentis e não sentis O que tendes e não tendes Tudo Absolutamente TUDO é MEU e dá-lo-ei a quem me pertencer! Já a sua concubina inglesa Margaret Thatcher Bradava:é urgente conquistar as almas!... a velha sacerdotiza do Capital era uma devota das trevas. Esquecem-se todos de que a Vida deles e de tudo o mais e que tão habilmente infernizam Não vai com as suas merdências para onde o diabo os carregue. Morrem. Cagados de todo. Doentes e trôpegos. Cegos como sempre foram de toda a impossível vida afável que os seus truques não deixaram fluir. De facto... só quando a Vida for afável para todos os seres O planeta será verdadeiramente azul Rolando nos espaços Oásis de esperança e de certezas para um Deus que é a essência de cada ser existente. Agora Nesta ditadura económico-financeira A ruína será a nossa foz e a Vida acabará num estrondoso colapso se os Povos não souberem ou não puderem trocar as voltas a esta corja de melçiantes que nos tenta esmagar. Há mais escombros do que construções. Não faltam esqueletos de cimento armado em sonhos interrompidos. Prédios inteiros em degradação muda. Solitárias hipóteses de vidas que nunca aconteceram. Não falta gente sem abrigo e sem sustento. O pesadelo começa a ser indisfarçável e insustentável. PErcebem?

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209 - Ter um emprego. Um trabalho. Qualquer coisa que signifique um preço. Aquilo que acham que se vale por uma qualquer função que se execute Que se assegure. Assim somos úteis Ao somatório de todos nós Que não deixamos de ser A sociedade. Vagamente humana. Ninguém diz Mas todos dizem que a vida é dolorosa Uma aventura de alto risco Poucas vezes uma guloseima Raramente uma felicidade. Todos dizem Mas todos desdizem Que a vida nada tem de escolha Pelo menos livre Não deixando de ser uma opção Entre um cesto de algumas profissões Mais ou menos necessárias ao êxito da sociedade Sobretudo tradutores da paga Que acham sempre generosa para que sejas dócil Aquilo a uqe chama Cidadão exemplar E não dês muito trabalho Aos angélicos guardas do sistema Que nos foi ofertado Pela gula egoísta de uns quantos Que não são priveligiados Apenas e tão só Predestinados aos tronos e lemes Que nos transformam em rebanhos Que manipulam ao sabor Dos ventos dos seus interesses. Mal nos geram Começam logo a formatar-nos De acordo com os catecismos e demais bíblias vigentes. Vamos crescendo E a nossa livre escolha é A obrigatória obediência Aos que nos alimentam Que por sua vez obedecem a toda a engrenagem do sistema que vela pelo bem da famosa sociedade que se diz humana Quando se revela desumana Perfeitamente cáustica da liberdade que diz defender e instituir e aprofundar. Se fazemos beicinho Levamos no focinho. Cuidado. Oficialmente não se bate nas crianças. Nem nas mulheres Nem nos homens Noem nos jovens Nem nos velhos Oficialmente... fazem-nos a vida quotidiana Num perfeito inferno Numa serrena dormência de hospital de alienados De loucos ou de esquizofrénicos e até paranóicos. Com imensas protecções para quase todos os males que nos afligem ou podem vir a afligir. Oficialmente somos a escrita Regular e normalizada de um dicionário de devastação.Oficialmente somos a chatice Das excelências que nos pediram o voto para nos darem todas as falências Em nome de todos os êxitos que um dia qualquer havemos de ter. Uma questão de fé. à cautela As excelências vão arrecadando cofres próprios no mais seguro armazém que o sistema lhes proporcionar De preferência Longe Bem longe do local do... crime. Nós... oficialmente empobrecemos Desfilando e suando no tal vale de lágrimas de que falam fés antigas. Que fizémos Que fazemos das nossas vidinhas? Do silêncio esfarrapado e dorido do Estado Novo fugimos a salto Deixando corpos a apodrecer desde África ao resto do Mundo. Acordámos Enternecidos pelos cravos. Jurámos liberdades Num destino colectivo. Sol de pouca dura.Tornámo-nos burgueses Levedámos individualismos Extasiámo-nos com o consumismo De uma Europa que nos punha a trela e a canga Afogando-nos em subsídios. Tornámo-nos chicos-espertos a fabricar fortunas como antigos ídolos de pés de barro. Tudo crescia numa febre de betão e cimento. Povoámo-nos de estádios de futebol. Enormes. Tudo nos parecia pouco para o afã de nos sentirmos grandes Impados de progresso rápido Pejado de bairros da lata Mestiços como sempre fomos Doutorados pela sacanagem Trabalhando o Mundo e a Vida. Crescemos em dívidas Como víamo fazer aos potentados Sem nos apercebermos De que estávamos a ser encurralados. Convencemo-nos da eternidade deste sossego-desassossego Em que nos viciámos Turistas de todos os exotismos Analfabetos do nosso berço E até para comer importávamos mais do que se produzia Convencidos de que era assim que se fazia Para sermos europeus como os demais. Fechámos minas Abandonámos campos Abatemos frotas pesqueiras e comerciais Reduzimos ao máximo as ferrovias Empanturrámo-nos de automóveis de todas as cilindradas e até de barcos de recreio de todos os tamanhos. Perdemos a metalurgia e o têxtil e o vidro Com o mesmo desplante com que perdíamos a alma Bebendo novas fés de mercados e bolsas e riscos e rabiscos No doce embalo da partidocracia Anafadamente burguesa com sedas e oiros e corrupções que nos cegaram almas e corpos. Das belas mesas fartas Caíam grossas migalhas para o trabalho que pensou que com mais ferro e estopa Tudo correria a bem da nação que adoecia e não sabíamos. Aumentou e refinou e levedou Toda uma cáfila de politiqueiros que desprezam Ostensivamente desprezam o Povo que lhes dá jeito apenas para a hora do voto para parecerem democráticos. A Democracia para tal gentalha é apenas o álibi para serem poder Sem se darem conta de que são Prostitutos e prostitutas incuráveis Títeres do pior da alma humana Altifalantes ou ventrilocóides Da besta Negra A que adora suásticas e chicotes incandescentes nos dorsos dos Povos. Não sabem que são escravos quando se julgam senhores Mesmo que teimem fazer dos Povos... escravos. A maioria dos cidadãos mirra. A dúzia de senhorecos... anafadiza-se. Tresandam a morte. Ao desastre total que pastoreiam Entre estes pastos ressequidos que já não têm seiva para a sua gula. Eles são os salteadores das almas Vigaristas das legitimidades A perversa canalha que ao longo da História tudo trai em nome do oiro. E ainda têm toda a lata para afirmar em tom solene Que só falam e dizem a verdade Que não mentem nem falham ao cumprimento das suas promessas. Claro que sim. Ah!... este snr. Tempo...

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208 - Por segundos interrogo-me se Alice saberá o que me trouxe. Este snr. Tempo tem coisas!... Continuemos a lê-lo: A mediocridade governa o mundo. Passeia-se como diva nas avenidas Do medo e do receio que o povo cultiva. Inventa-se macho com falas de tirano Para melhor valer o sexo que não tem. A mediocridade é o resvalo da liberdade. A lama que lhe calafeta os passos e lhe homicida os gestos. A mediocridade é a exibição De um discurso sem alma E uma feroz paixão Para assassinar de vez a calma. A mediocridade é o fermento De todas as tiranias Por mais que fervam em fogo lento E nos prometam melhores dias.Não há graveto... dizem as ruas Onde se cruzam todos os cidadãos. As mãos solidárias estão nuas Esperança derrama estéreis grãos. O povo é algoz de si próprio Quando elege quem o tiraniza Por mais modesto e humilde e sóbrio Não pode nem deve ter quem o martiriza. Tirem as máscaras a todo o poder. Exijam-lhe na Praça a nudez Para que em definitivop se possa saber Quem do lucro e da fama faz embriaguez. Assuma-se o Povo como real construtor De toda a História de todos os calendários Saberá então onde mora o redentor Que esmague de vez estes falsários. A alta burguesia anda de iate nas veias De todo um povo ignorante de paraísos Nas tribunas arengam moreias Telintando os mais negros avisos. Estado Novo dizia Salazar e agora Proclama-se o objectivo de... Regime Novo. às voltas gira e anda a velha nora Sacando o que pode e o que não deve ao Povo. Vivamos a necessidade de transformação Ouvindo as fontes e vendo o voo do gaio Sentindo dentro de tudo o coração Que nos eleva de Abril até Maio. Ergamos a possível novidade De acabar de vez com as grilhetas Hasteando em cada alma a liberdade Acabando com as políticas as operetas.A obediência inventa um protesto Mascara-se de rebelada E desfila devidamente autorizada Na avenida de todo um incesto. Apesar de todas as dores tem ar de festa E consagra umas horas de movimento Como luta sagrada e alimento Para voltar ordeira para a sua besta. Se quisesse desafiar o alinhamento Que lhe assassina a vida Talvez não andasse tão caída E forjasse tempo novo e novo pensamento. Contestar sem que se ouse rasgar O contrato que nos esmaga Acaba sempre por ser a adaga Que a todos nos há-de assassinar.

Impressões Digitais de um estranho País (cont.)

207 -Continuamos a ler o manuscrito que Alice nos trouxe do snr. Tempo: Junto às portas das cidades há um sonho De achar o tétrico e o mágico e o novo Beber a pressa num copo de medronho E ver enxamear as ruas por todo um povo. Junto às portas das cidades há um grito Que vem do fundo da alma da aldeia abandonada E em cada largo nou avenida vemos um proscrito Que sobrevive na bolha de uma bússola avariada. Junto às portas das cidades há um gesto De acordar nas vielas a alma dissecada Dos que no sonho nada mais houveram que o indigesto Trapaceiro bruxo da vida naufragada. Junto às portas das cidades há um receio De tudo se perder no ventre citadino Pelo negócio que trabalha o paleio Com que um homem deixa de ser menino. Junto às portas das cidades há um canto que quer acordar as ruas e vislumbrar Todo um tempo de secar um pranto E ver as leis que o Povo quer saudar. Não me tragas trapos de ouvir o chão Não me queimes terras de perder a alma Toda a terra é pouca para o nosso pão Se a ganância gritar e perder a calma. Corpos de linho encharcados de mosto Cruzam as ruas de revolta em punho Cada vez menor é a guarida do Sol posto E o que é preciso não passa de rascunho. Restritos são os cavalos à desfilada Neste País incendiado por mais deserto Falta-nos o levantar sério da madrugada E acreditar que o Sol já lhe é tão perto. Nem rosas nem cravos nem mais flores Nas mãos que naufragam nas veias De um tempo em que a vingança dos senhores Já não tem o encanto das sereias. Talvez que a dor da terra dorida Se transforme em seara de vida.Não me tragas sonhos de mel desavindo Nem calçadas imperfeitas de mãos portuguesas Traz-me um pouco de puro mel florindo Em fatias de pão de improváveis mesas. Há um cão solitário em cada um de nós Que corre e percorre um mundo às avessas Sem que tanta vez faça ouvir a voz Olhando apenas o silêncio das travessas. Pela morte não queremos sequer incomodar Qualquer que seja das veneráveis excelências Cão solitário acaba por se acomodar Em qualquer das nuas e rudes saliências. O que se deixa por rastro é testamento Que apenas os mais atentos podem sorver Esquiços de um profundo pensamento Que a tudo resistiu para o futuro conceber. O incómodo apenas surge de se viver No fio de tudo o que pode rasgar A mansidão de um ignorante viver Que teimou com o tempo tudo resignar.Não tenho pressa em saber a caligrafia Do futuro que os senhores de agora nos querem dar. Num envelope meto a noite e o dia Para remeter a quem os queira clarear. Não posso assinar cada aplauso Que esta gente ao Mundo tenta arrancar. Não quero sequer sorrir. Apenas causo Tremores na consciência que ouso denunciar. Das artrites das ruas aos espirros dos bares Modela-se todo um tempo de asnear. Curiosamente os burros andam aos pares Mas já perderam o hábito de coicear. Já nada nos diz da velha bravura Que amotinava a arraia miúda. E a dor sem glória é a gravura Que fica na História de gente meã e graúda.Meu amigo. Meus amigos Falarei do pequeno conhecimento: Amai a pequena gota de água Que nos eleva acima da mágoa E tudo pode vivificar. Em cada semente há que amar O futuro que vai florir. Não respeitará o que queremos Apenas será o que desejamos. Não saberá discernir Entre o que fabriquemos E tudo aquilo que adiamos Mas será indelevelmente O futuro que teremos pela frente.