sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Imprressões digitais de um estranho País (cont.)

235 - Alice, um pouco aturdida com as novas do fim do mundo, esganada com toda uma política de degeneração do País, apareceu-me com olhos de morrinha. Credo, mulher, não te amofines. O Mundo não vai acabar. Estamos é no fim de um ciclo e início de outro. O velho mundo, em estertor, tenta aniquilar tudo em nome da ganância, da ambição totalitária e imperial, criar um caos para que possa escravizar de novo e não respeitar o equilíbrio natural do eco-sistema planetário e, até, universal. O que os Maias predisseram foi que chegaríamos a um fim de ciclo civilizacional e partiríamos para um outro. E, como dizia o Tolentino poeta, estamos em dias de parto. Natural e, por isso mesmo, pleno das dores respectivas. Este apetite desmesurado pelo material não tem pernas para andar. Causa a aniquilação porque desfaz princípios, éticas e morais. Assassina ideais humanitários, estupidificando os Povos e atirando-os para a miséria, logo, presa fácil do canibalismo capitalista.Este, por seu lado, canibaliza-se por inteiro. Assim, não respeita nada e desiquilibra o cosmos. Os políticos, tentam adocicar a sanha assassina de que são portadores. Fala-se, claro, dos que são meros mercenários do grande capital. Resultado: trapalhadas em cima de trapalhadas. Privatiza-se a TAP. Não, não se privatiza. Amanhã, vai-se privatizar de novo. Privatiza-se a saúde e a educação? Não, concede-se a gestão a... privados. Já agora, privatiza-se, perdão, concede-se a gestão aos privados dos serviços públicos da RTP e da Lusa e... como disse o José Saramago, porque não privatizar o governo e a puta que os pariu?... é inconveniente? Natural. Estamos contra os interesses de suas excelências. Há demasiada traição ao humanismo desejável. Em todos os partidos e religiões, há quem se vista com os emblemas respectivos, sempre muito ortodoxos mas, por dentro, são meros oportunistas, logo, egoístas sem freio, vampiros de nova vaga.Ah, como está actual a canção do Zeca Afonso!... são o cancro que o velho mundo pariu. Ou os extirpamos, ou... sucumbiremos. A Paz, não é apenas cultura, é e tem que ser um sistema político e social, necessariamente progressita e humanitário. Democrático e plural mas, nunca ingénuo. Não se pode, à americana, chorar massacres de crianças e de professores e permitir e insistir numa cultura armamentista que leva uma criança de oito anos a ser iniciada no manejo de armas e, até, caçar... tutelados por adultos? E quem garante que esses adultos são equilibrados e pacíficos? Não se pode, como o catolicismo reinante faz, pregar a caridade e a solidariedade e não o praticar com os seus próprios trabalhadores, a quem tudo se exige e a quem tudo se deve. Não se pode querer mais produção, baixando salários, fingir qualidade e não investir. Quanto mais se empobrece um Povo, menos riqueza se gera,menos qualidade se pratica e sufoca-se todo um País, Todo um MUndo. Pôr privados a gerir o público é a maior de todas as traições e esconde a corrupção dos que tudo fazem e argumentam para enriquecer a si mesmos e aos seus círculos. Defender teses do social e apelidar os utentes de clientes é dizer que se quer erguer um Estado em que o cidadão perde direitos e passa a pagá-los, mesmo depois de pagar os seus impostos.Portugal tem sido a cobaia do que querem impôr à Europa. A Alemanha é o rosto visível desta conspiração mercantil e mundial. Portugal´está à beira do abismo, o próprio Coelho diz que a crise vai durar 20 ou 30 anos, a Europa está à beira da implosão. O ciclo, fecha-se e... está nas nossas mãos a nossa morta social ou a nossa salvação. A própria ciência o diz. Contradiz-se apenas quando se proclama sapiência absoluta e à beira do zénite. Tenham humildade: ainda estamos no limiar do conhecimento. Por cada porta aberta muitas outras não o foram e outras tantas se nos deparam. As próprias religiões terão que reconhecer que o princípio criador ( deus, se quiserem) nada tem a ver com o deus que cada uma delas proclama como único. Simplesmente porque esse, é o deus das suas conveniências, criado e proclamado à imagem do sistema que tentam impôr aos seus semelhantes. A Paz é possível se quisermos ousar romper de vez com todo este vampirismo e canibalismo que por aí se desmanda derramanda abundantes oceanos de lágrimas de crocodilo. Minha cara Alice, perdido que foi o teu Mundo das Maravilhas, há que retomar a velha roca e fiar para depois tecer o novo mundo que ainda é um lactente. Não permitas que seja morto antes de se afirmar. Recusar o velho Mundo é imperativo de vida e de sobrevivência. Deixa que o Natal te vivifique com a todos os que nos acompanham e se recusam a perder a esperança de regenerar o Mundo em que vivemos. Não estamos condenados ao Inferno. Viver, significa ser feliz e aprender a melhorar no sentido da convivência colectiva, logo, fraterna e libertária. O que temos tido é precisamente o oposto. Bom ano, pois e que saibamos ser construtores da libertação séria e honesta em equilíbrio com todos os seres que compõem o eco-sistema planetário e universal. Ah, nunca esqueças, qualquer ser, animal, vegatl e mineral, diz a própria ciência, é uma forma de inteligência e que interage com tudo o mais. Não reconhecer o óbvio, é degenerescência pura e dura. Abre o espumante, Alice e festejemos a inocência do novo MUndo que é construída pelas opções que tomamos.