sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

261 - Nesta tarde pardacenta de Outubro, véspera de grandes manifestações nacionais da CGTP, apetece-nos dizer que anda, neste País, uma chusma de criminosos ao leme de um poder que, em cada dia que passa, mais se põe à margem da lei e da democracia. O orçamento de estado para o próximo ano, é a prova mais eficaz para tal afirmação.Não contém uma gotícula que seja de visão estratégica, independentemente do horizonte que defendessem, apenas e tão só, números que se cortam de acordo com as somas que se pretendem obter. Os cidadãos são meras coisas. O sector social, é mera demagogia e, com tal instrumento, tem morte anunciada. Este OGE serve para a engorda das grandes empresas que, por sua vez, tentam passar para o exterior, o máximo das mais valias que aqui obtêm. Estamos ante um crime de lesa-pátria se é que ainda a temos.A desesperança é a tecla mais tocada por esta governação de, na sua maioria, inconsistentes miúdos mimados que nada sabem da Vida e querem, à tripa forra, serem estadistas. O pior é que na Europa, as coisas não correm melhor. A traição ao ideal europeu é bem protagonizado por Durão Barrosos e seus pares de direita. Andam a brincar com o fogo. Por todo o lado, emergem sintomas do neo-fascismo e com todos os ingredientes, a começar pelo racismo mais xenófobo. De facto, o que esta confederação de direita que por aí campeia representa é traição em cima de traição aos seus Povos. Depois, como bons servos do grande capital, tornam-se carrascos dos seus concidadãos. Armam-se em sereias de mau agoiro quando lhes convém ganhar votos mas não passam de parcas espreitando moribundos. Portugal, enquanto cobaia da demência destes senhores, é o exemplo mais paradigmático que existe. A Administração Pública está condenada a ser privatizada na sua maior parte.O actual corte nos vencimentos que se soma aos cortes anteriores, é a regra que tal situação propõe.Não podemos nem queremos pactuar com tais dislates.Daí que não nos cansemos de acordar consciências antes que Portugal, enquanto Nação mais antiga da Europa e o primeiro exemplo de globalização não hostil, desapareça nas fauces de um capitalismo ávido de tanto que não respeita sequer a ameaça de auto-extinção que , cada vez mais, pesa sobre a Humanidade actual. Com as últimas autárquicas, deve-se recordar que muito está em jogo, incluindo a desfiguração do Poder Local enquanto garante absoluto da democracia. Jogos de centro direita só poderão trazer mais achas para uma fogueira que se adivinha e pressente, cada vez mais próxima. Assim, a "Marcha por Abril", tema das manifestações próximas, é um claro toque a rebate para que o Povo deixe de ter reticências aos cantos de sereia e, em definitivo, diga um estrondoso BASTA a toda esta canalha. De não esquecer: PSD é o campeão de políticos com crimes  de corrupção, económicos e outros a pingar das suas mãos. Se houver justiça a sério... veremos se continuam impunes. Seja como for : Acordemos novas madrugadas e salvemos Portugal para nos salvarmos desta sanha destruidora com que nos querem destruir.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

260 - Saudade da pacata melancolia de Marraqueche!... da imponência imperial do Atlas!... da florida canção oceânica De um Atlântico que nos faz sonhar Um tempo árabe no nosso coração português!... saudades das feiras portuguesas e dos bazares islamizados!... saudade da alegria Humanamente inocente Brotando da alma desta gente Que sou eu Em corpo inteiro!... dos cheiros das especiarias Das ervas aromáticas Dos chás Da renda das marchetarias Do barro E da paz Que tudo isto traduz Desconhecido senhor do capuz!...

         Quando a cidade é sitiada Pelo próprio rei De dentro para fora Como convém a qualquer traição Importa saber O que irá responder O Povo que a trabalha e sofre e ama. Só a covardia Pode determinar O apoio ao rei Mesmo que outros nomes tenha Para adocicar E se poder suportar A ruína que a miséria dá. Um Povo tem que aprender Que nenhum poder é eterno E que o único soberano É o Povo ou não fosse ele a alma De toda uma cidade Estado. Assim Com toda a calma Vamos saber se é o rei ou o Povo quem está arruinado!...

         Ao redor Das fogueiras Das vaidades O rubor Das bandeiras Das cidades Tropeça-nos os dias Desafiando-nos a rebelar. Aproxima-se a rebelião dos tempos adormecidos Que toda esta construção Tudo transforma em desfavorecidos. Remando em mar revolto Cansa corpo Exaure a vida Se vou já não volto Que não falta gume a tanta ferida. Morre lenta e devagar Ave impedida de voar!...

         Mudanças. Profundas mudanças. Longínquas do que é necessário. Sintonizadas com esperanças De muito egoísmo De pouco altruísmo Mudanças Profundas mudanças Com que se farão novas tranças De um novo poder Que poderá não ser O melhor e mais esperado alvorecer Para um mundo mais cuidado Onde todos possam viver!...

         Quando se esvaziam almas de tudo o que pode ser fé Elas que perderam a esperança Resolvem revisitar o material Na busca improvável da fé Na busca insustentável da esperança E experimentam tudo Para fugir Ao que lhes deu cansaço Ao que lhes deu saturação Ao que lhes negou espaço Ao que lhes deveu realização. Não há pior inimigo Do que uma alma fria Obrigada à saudade do calor Que rema sem alegria Para suportar a dor. Expurga para esquecer o traidor!...

         E depois das eleições autárquicas uma pergunta às consciências: será que vai começar a arrancada  da esquerda que vise a defesa dos direitos inalienáveis do Povo e enfrenta a criminosa ofensiva do capital que tenta desfigurar tudo e mente e mistifica e subverte para escravizar e neutralizar os Povos?....

         Avancem para a Vida e desafiemos os que desejam a morte da Vida!...