terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Impressões Digitais de um estranho País (cont.)

237 - O quotidiano português e, de certa forma, europeu, está a virar-se do avesso. Alice, anda zonza de todo. Há um processo ultra-neo-liberal em curso. Dirigido por toda uma chusma de gente que, para lá do que se prova ou não prova nos tribunais ( quem tem dinheiro ou influências tudo parece conseguir), toda a gente sabe que não são probos, nem honestos, nem têm qualquer pingo de cidadania. O que lhes interessa é o lucro pelo lucro e sabem ser criteriosos servos do grande capital. A banca, soma e segue desonestidades gritantes. E, como diz Ricardo Araújo Pereira, se as empresas portuguesas fossem bancos, estavam a salvo de falências ( honestas ou desonestas). O contribuinte era sempre chamado a salvá-las. É esta banca e quem a dirige que, cada vez mais tem arrogância suficiente para galopar o costado do Zé Portuga com toda a arrogância e cinismo de assassinos da liberdade.A maior parte dos políticos do PSD são criminosos de delito comum. Há dúvidas? É só ver as respectivas folhas de serviços. Agora, até se leva para o governo um ex-administrador do BPN. Banco que é a maior fraude de todos os tempos praticada em Portugal. É com esta gente que se pretende construir futuros? Quanto às esquerdas políticas desta País: ou convergem entre si para que se defina um caminho comum que atire esta ditreita para o lixo da História e se recomponha o País social e solidário, produtivo e progressivo que merecemos ser ou, então, digam adeus ao sorriso. Estamos todos a ser convidados a ser sem-abrigo?! estamos todos a ser convidados a ser servos de uma qualquer hedionda ditadura que se perfila no horizonte. Todos os cidadãos estão a ser convocados para esclarecerem, de uma vez por todas, o que querem para Portugal: um futuro risonho ou um funeral colectivo. Desdenha-se da cultura, desdenha-se da formação de cidadãos, desdenha-se da investigação científica, desdenha-se da dignidade de cada um dos cidadãos, desdenha-se dos direitos humanos, desdenha-se do que significa pagar impostos e ter acesso a bens sociais. Todo o nosso dinheiro está a ser hipotecado ao egoísmo do grande capital. Destrói-se toda a produção e a que vai resistindo, cada vez mais, tem dificuldades porque falha a diplomacia económica. Até porque assenta no canto do cisne do que no renascer da fénix. Há que dizer quanto mais se vai aguentar toda esta canalha. Será que temos País daqui a dez anos? Alice emudece e fica com ar de alheamento. As dores já são tantas que se fica insensível a todas as misérias. Reagir? Enquanto há forças. De contrário...seremos cúmplices da nossa própria destruição. Esperemos que Alice venha mais risonha da próxima vez.