segunda-feira, 23 de maio de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

164 - Das Puertas del Sokl expandiu-se Por toda uma Espanha em dias de eleições locais e Regionais o M-15 : movimento jovem de nova cidadania. Cansados de uma política que só dá os mesmos frutos de sempre Mesmo que avance aqui ou ali Fartos da crise económica e do desemprego Sobretudo Da charlatanice dos grandes partidos Acamparam ao sol e à lua Desafiaram a modorra resignada do estabelecido e apelam a uma Democracia mais participada por todos. Os indignados transformaram a campanha espanhola num imenso debate sobre a democracia que têm... que temos. O nosso M-12 encheu uma Avenida da Liberdade mas... onde anda? E surgem outros movimentos. Como sempre: divide-se Subdivide-se uma ideia nove e... acaba-se quase sem nada. Não seria espectável influenciarem as eleições de 5 de Junho? Não seria previsível que tivessem tido a ousadia de promoverem o debate sobre esta democracia que Na sua vertigem de direita e neo-conservadorismo Só nos tem empobrecido o corpo e a alma? Ainda por cima assistimos à nossa direita a assenhorear-se das ideias da esquerda e... o horizonte continua carregado de ludíbrio De mistificação De... Mais do mesmo. A direita portuguesa sempre teve mais alento de sobrevivência do que a esquerda?!... Que Fazer?... Se houvesse um pouco mais de fibra à espanhola nesta estar português Talvez que o nosso M-12 singrasse e de algum modo abanasse Esta Nave dos Loucos em que se transformou a política portuguesa. Não havendo Sofreremos as consequências da nossa incongruência tão típica e tão estupidamente portuguesa Bem sintetizada naquela exclamação de uma alentejana de Évora: Ai Ele tem uns olhos tão lindos Ele é o meu ai-Jesus!... Ele era o Sócrates. Entre tubarões e sardinhas Os portugueses escolhem... Tubarões!... Sardinhas só para arraiais. Tirando esta campanha Não tardarão os dos Santos Populares. Pelo meio Há a regueifa dos votos. Logo se verá. Dizem: Assim como assim A gente até pode votar em quem nos aldraba Mas todos aldrabam E estes são a nossa certeza. Alice nem já ousa perguntar seja o que for. Olha o Tejo e inibria-se de o ver correr Vale a baixo Até ao mar. Ninguém quer perceber toda uma indigência da loucura que nos sufoca e envenena Negando todo e qualquer futuro Enquanto nos vai sepultando o presente.

Sem comentários:

Enviar um comentário