segunda-feira, 14 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

148 - Ditadores: Dita dores. A quem? A todos. Sobretudo aos que são considerados inferiores Ao estatuto de deuses Que tais senhores julgam ser. Loucos? O poder também enlouquece. Precisamente pela mesma crença. Alguns até foram revolucionários... Foram. Deixaram-no de o ser. Que o poder que almejaram Tornou-se dogma. Inquestionável. E a revolução que o Povo amou Descambou em traição do Povo que não vigiou E se acostumou Ao ar bem falante Do revolucionário que se modificou E até se tornou ( quantas vezes?!) em milionário. Com tanto necessário que se debate com a extinção Quando se extinguirá O desnecessário ? Quando um Povo se tornar de novo revolucionário.

149 - Geração ou gerações à rasca Encheram largos e avenidas de algumas cidades deste Portugal doente de tanta raiva estrangulada no peito. Ousaram embarrigar as ruas com a sua revolta. IRÃO PARAR? IRÃO CONTINUAR? A governação ficou inquieta. Nervosa. Incomodada. Os partidos burgueses Sentiram-se com dores desusadas. Ao mesmo tempo Os professores protestavam contra a irracionalidade que reina na Educação. Um cartaz dizia ao Primeiro dos Ministros Que metesse a austeridade no pacote. E cantava-se: Zeca Afonso Tordo Simone Variações Rui Velosos E houve quem gritasse num cartaz: Deolinda ao poder que a Luta é de Alegria. Se tudo isto for o princípio de uma insurreição Poderemos sonhar e cheirar e sentir a Primavera a chegar. E Portugal precisa de uma outra política Com que nos desenrasquemos. Já basta de traição à Vida. O Povo está cansado e dorido Mas interroga: E o POVO pá?!

Sem comentários:

Enviar um comentário