sexta-feira, 18 de março de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

150 - Todo e qualquer artista Para lá de toda a formação académica ou outra que possua É Na essência Um autodidacta. Porque procura coisas novas E experimenta No todo que já é conhecido.Porque tem que compreender o mecanismo da mecânica existente. Porque interroga Porque duvida Porque critica Porque propõe. E é assim que inova. E é assim que cria. E é assim que expande horizontes. Seus e dos que se encontrem no que faz. Não será um ser militante de um qualquer rebanho. Muito menos alguém que se aprisione no correctamente estabelecido Ou obediência cega ao que coordena e castra a humanidade.Um artista é mais um vulcão E como tal age E como tal respira E como tal vai redefenindo o que o envolve Mesmo quando pensamos que não. Mesmo quando não enxergamos o alcance do seu trabalho. Um artista será sempre a nossa inquietação A aventura da descoberta que nos pode levar a ter cada vez mais e melhores asas. O incenso com que nos purificamos Invocando os deuses para o semear da Paz Do amor Do conhecimento Da tolerância Do infinito encantamento pela Vida. Quando os temos Pouco ou nada os valorizamos. Nem sabemos das suas dores ou das suas alegrias. Irritam-nos mais do que cativam. Não sabemos enxergar a mais valia que nos ofertam. E quantas vezes não lhes obstaculizamos o caminho que enfrentam?! E no entanto eles teimam. Parcos de forças. Nas veredas do que acreditam. E não entendemos porque uns conseguem muito E outros se arrastam no pouco. Os primeiros obtiveram o aplauso de uns quantos Os segundos não tiveram essa sorte. Como tudo na vida O factor sorte é demasiado determinante Para poder ser ignorado. Ainda por cima a arte não é consensual. O que hoje é importante Amanhã poderá não o ser e vice-versa. Só o tempo e o limar das consciências determina a longevidade da arte.

151 - Exauridos de contendas. Abespinhados com tanta maleita. Encurralados por tanta ganância.Desesperados com tanta corrupta malvadez.Ironixzamos. Anedotamos.Porque nos apetece rir ante tanta dor Como diria o José Carklos Malato. E voltamos a ouvir Dentro da nossa cabeça GRÃNDOLA VILA MORENA TERRA DA FRATERNIDADE O POVO É QUEM MAIS ORDENA DENTRO DE TI Ó CIDADE Na voz inconfundível do Zeca Afonso. E um mar de interrogações abalroam-nos. A inquietude agasalha-nos. Seremos capazes de voltar a repôr a canção? Precisamente quando os Deolinda gritam E que parva que eu sou? Há algo de cruel em todo este emaranhado da política que nos pretende governar. Há muito tumor e temor para extirpar. Há muito choro para correr E outro tanto para cantar. E por muito que nos doa o corpo Muito mais nos dói a alma. Caminhamos para o limiar da derrocada ou da redenção? Acode-nos uma inquietude: a ALEMANHA APODEROU-SE DO BUSTO DA NEFERTITI ANTIGA RAINHA DO eGIPTO. NÃO A DEVOLVE NEM TEM INTENÇÕES FUTURAS DE O FAZER. ACHA QUE UM ÍCONE DA ANCESTRAL HISTÓRIA DE UM POVO QUE NÃO O SEU LHE PERTENCE. E o que faz à Europa? Não haverá repetição do mesmo Através da economia? Não era suposto haver uma União Europeia? Não era suposto haver uma economia mais democrática? Ainda por cima pouco aprendemos com: o desastre natural que amputou parte do Japão A que se segue um desastre nuclear que pode amoputar O Mundo de mnuito mais que um pouco de terra. Uns querem salvar a Vida. Outros a sua própria ganância. Esquecem que a vida serve a todos. A ganância apenas a alguns. Mesmo a estes ser-lhes-à mais mortífera que vivificante. É tudo uma questão de tempo e de espaço. Vamos de novo pôr nas ruas Grândola Vila Morena?

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