quarta-feira, 13 de junho de 2012

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

213 - Nem o cheiro dos manjericos nos despegam do manuscrito do snr. Tempo. Alice arranjou-nos esta linha contínua de leitura. Continuemos: O mal que cada um faz ao outro Não é mais do que a ignorância de que os velhos sistemas são meros instrumentos de opressão. Nunca urdiram paraísos Precisamente porque a traição culpou a mulher sedutora que fez perder a inocência ao Adão Mas não disse que o Paraíso perdido Aconteceu no exacto momento Em que ambos os sexos quiseram enveredar pela luta desenfreada Mesquinha e estúpida pelo... PODER. Esqueceram que a Vida é ousadia colectiva Jamais individual E que tudo o que a Terra nos dá Junto com tudo o que conquistamos É o magma que pode manter o equilíbrio natural e tudo o necessário para que todos povoem o planeta com alegria Desprendidos de arcas de coisas Que nada resolvem se não forem Pão para todas as bocas Saúde para todos os corpos Movimento criativo para todas as almas. E não falamos só de humanos!... Em tudo isto há algo que nos enerva: AS PALAVRAS. As palavras ficam sempre aquém ou vão para além de tudo o que se vive. Difícil conseguir a exactidão de cada relato que se faça Por mais que se tente ou queira. Ainda por cima o...Tempo. É a nossa maior prisão.Cada segundo é um punhado de terra. Cada minuto o tombar da alma. Andamos em híper-alta-velocidade. Não há tempo para o tempo do tempo.Não há dor para a dor de tanta dor. Assim... a alegria com que besusntamos o rosto de todas as ruas É mera máscara para a peça que cada momento nos obriga a representar. Só na sombra de cada luar nos permitimos ser o que verdadeiramente somos com toda a virulência da paixão Com toda a seda da ternura e Por isso Nos damos conta que quem quiser gostar de nós terá que ousar Sabendo de saber sentido Que dentro de nós vive O magma em movimento. Por fora somos a frieldade que tudo arranha Esquivo mercador de ideias Tecelão de gestos e pintor de palavras à espera que nos entrem no sacrário e se deixem aquecer pelo tambor que tocamos com arrebatamento Que o simples gostar incendeia Tornando-o em amor Cigano nómada de todos os tempos De todas as Pátrias onde a cultura da Paz nos liberte a inteligência Que da arte e da cultura se simplifica e aprofunda e humildemente nos angrandece com as asas dos pássaros que nos elevam o olhar e o planeta ritmiza o coração com a força do mar que se enternece e acalma no beijo profundo do Sol!

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