terça-feira, 27 de agosto de 2013

Impressões digitais de um estranho País (cont)

255- Diz um velho aforismo popular que ninguém deve cuspir ou morder a mão que lhe deu, dá ou dará de comer. Isto visava alertar para que ninguém fosse ingrato. Hoje em dia, tal aforismo pode ter umaleitura mais grave: limitação do livre arbítrio, ou seja: DA LIBERDADE INDIVIDUAL. Dizia o Padre Américo que não se deve dar a um esfomeado uma caixa de bolos porque o poderemos matar sem que o quiséssemos. Significa tudo isto que, quando se dá algo a alguém, não devemos esperar qualquer troco mas, também, não deveremos cercear a liberdade de quem recebe ao ponto de lhe impormos seja o que for. A consciência individual não deve ser violentada nem cerceada. Posto isto, ficamos admirados com a quantidade de gente que se julga alcandorada a qualquer degrau social e tudo faz para ter reconhecimento como tal, o que inclui vender a alma ao diabo, como sói dizer-se. Que a direita tenha os seus filhotes e serventuários de sempre, tudo bem. Agora que surjam outros que já foram e são vítimas de políticas assassinas dos seus futuros ( e dos seus presentes) COMO PALADINOS DO VIRTUOSISMO desta direita... é estranho. Talvez não: anda por aí muita gente que, sendo Povo, não o aceita como raíz e vê a colagem à pequena ou à média burguesia como um novo batismo, uma ressurreição como se a génese de tudo pudesse ser apagada do nosso DNA. Cada vez mais, as sociedades reclamam o poder dos Povos, como estrada para o bem comum e um consequente futuro melhor. Toda esta gente vê isto como... o servir-se para bem de alguns e, escandalosamente, ignorar o Povo que são. Não basta dizermos que tudo isto está mal. Que a corrupção material e espiritual desta direita é indesmentível. Que a traição ao seu semelhante é por demais evidente. Há que ter atitude. Mas...

       Se não há palavras para mim Como hei-de ter palavras para ti?!...

       Tudo na Vida se vai transformando Mas o que o ser humano transforma É muito menos humano E quase sempre fora de norma. Olhando a História Os impérios foram ruindo As barbáries substituindo Até se tornarem novos impérios. Todos clamaram por deuses Todois apelaram por deusas. Quando partiam para as guerras Tanta vez ai tanta Pediram ao mesmo deus A vitória para si E o infortúnio para o semelhante. Tudo isto é loucura Que tem feito dos anjos caídos Teimosos substitutos de deuses E só raivosos Enquanto não vencemo efémero que são.

      Será que sabem?

      Se o soubessem não porfiavam tanto por malbaratarem a Vida com todas as ambições e ganânciasd e gulas e agiotismos e difamações e... tudo o que semeia e espalha a fome e a doença e a morte prematura a tanto ser humano e a toido o ecosistema que ainda mantém este Planeta como vivo e azul. E já agora: depois dos incêndios que tanta criminosa insensatez tem feito multiplicar o dano neste País e não só, será que seremos capazes de reconstruir e melhorar o que resta da floresta que nos sustenta a vida? Os governantes que não planificam a recuperação de tais feridas, que não promovem a prevenção, que não melhoram as condições do socorro e de quem o presta, são também passíveis de crime contra a humanidade. Claro, se vivêssemos numa verdadeira democracia e fôssemos obreiros de um mundo melhor.

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