quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

252- Cada vez é mais ténue A separação Entre terra firme e abismo. Tudo nos pode salvar. Tudo nos pode condenar. O que apresentamos na rua Pouco tem a haver com o que guardamos No silêncio de nós. Aparentemente... não nos revoltamos. Aparentemente... não nos incomodamos. Aparentemente... até nos aproveitamos. Não tardará o tempo Do mar revolto Do sismo solto. E depois os mentores de todas as máfias Serão senhores ou meros rufias? Tudo lhes serviu para enriquecer: até crimes de favor. Será que saberão devolver Toda a dignidade Toda a verdade Que nos têm expoliado? Ai este mar de dor em que tudo se afoga!...
         O único poder O verdadeiro poder É unificador. O que promove relações humanas Justas Cooperantes Solidárias O que identifica o sentir de cada um Com a dor alheia. Todos os seres têm uma Alma Sábia. Plena de memória e de conhecimento. Se houver verdadeira vontade do Bem A Alma Sábia saberá inspirar-nos E dar-nos a passagem Para a dimensão oculta e inteligente do Universo Onde tudo se converte em Unificado Interactivo Surpreendente. É por isto que o absurdo que nos corrói Tem que ser mudado extirpado  substituído Por gente da Luz Por gente de Alma Sábia.
         Das fontes de antiga linhagem A vida deu-nos a água Para sobrevivermos Nesta travessia de múltiplas paisagens. Dos montes gorguleja a viagem A vida de alegria e mágoa Para entendermos A alegoria de múltiplas passagens. A água foi-nos dada Porque a havemos de mercar? Da terra fecundada É isto que tudo vem negar? Somos caminhos de consciência Temos que ser caminhos de transparência. Segredos Inventam medos Criadores de conspirações que não respeitam corações Impondo mil degredos A Povos e Nações!...
        Porque te não hei-de deixar Se de tudo me deixas vazio?!... por mais que por ti tente lutar Secam-se as fontes Morre-me o rio. Ai ventos que em ti semeiam fogos Nada sabeis de melhores novas. Em ti deuses já não ouvem rogos E já nos cansa o burilar das trovas. Ai flores... ai flores dos verdes pinhos Que vão nas águas a boiar Entre pedras morrem caminhos E misérias matam o verbo amar. Por mais que te ame e queira Não tenho modo de ficar. Para ti sou mera canseira E de ti já pouco há para acreditar. Olhando o vento... quero o céu... Chapéu azul com aves a voar. Nada quero do que é teu... Adeus ó terra... que me sobra o mar!...
        Mau grado o espartilho com que nos minguam a Vida Há sempre um rastilho de desfrute da vida apetecida: concertos musicais a abarrotar de juventude Festas e arraiais em que se agita louca atitude. O dia a dia é tão precário!...haja pândega para esquecer que em casa já não há salário E tudo nos anda a doer. Enche-se qualquer santuário com residentes e emigrantes. O tempo por cá é mero sudário E o que vem não é melhor do que antes.Sofrem-se dores nos ossos Bem piores as da... alma.Bens mais preciosos são as fugidias Paz e Calma. Prefiro então olhar o Mundo Pela janela do Sol em desleixo. Rever Agostinho da Silva no fundo de um copo Por onde volto a beber António Aleixo!....
        Há toda uma floresta de enganos Nesta terra de sol e mar. Temos o querer dos raianos: viver lá e vir cá descansar.Com ganas de tudo arrasar Desistimos de combater: eleições?...políticos?... Não votar julgamos o melhor amanhecer... porém... Se tudo continuar sem rupturas cada vez seremos mais escravos de elites criminosas e obscuras que odeiam rosas e muito mais os cravos.
       Os bem pensantes de ofício são excrementos do Capital que os quer ao seu serviço para semear o mal em toda a vida. Há imensa dor no peito... se o escravo ousar derrotar o seu senhor... a Vida será natural no seu jeito e haverá sorrisos em todos os carreiros.
        Curiosamente: o actual governo de Espanha ( de direita) em uníssono com os Sindicatos espanhóis, disseram, aos que lhes aconselhavam a diminuição dos salários de Espanha, que não os diminuíam. E têm maiores salários do que nós. Será que o governo de Passos Coelho/Cavaco Silva aprenderão algo com nuestros hermanos? E o zé-portuga? Já não basta toda esta balbúrdia e euforia com rescisões ditas amigáveis e requalificações ( finalmente o PR lembrou-se de mandar o diploma para o TC) e novas intenções de baixar ainda mais os salários públicos ( para depois os baixarem aos privados) ? E as mobilidades internas... cheias de boas intenções e plenas de ratoeiras!... Por favor, parem e respeitem o que nos resta de Portugal.

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