terça-feira, 16 de julho de 2013

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

246 - Se as esteiras voltam à praia Certo seja haver veraneantes Com gostos diferenciados E mais naturalistas. E haverá trabalho para artesãos Que já terão perdido as chaves do Céu. Talvez por isto seja urgente Instalar o serviço de reanimação Em todas as aldeias Que já perderam O cheiro das pessoas. Coitadas!... Estão já em pele e osso E olham os tempos Com toda a ruga Dos que estão Prestes a Perder a noção Do sol e da lua. As cidades acabam por ser Trituradoras de nacionalidades E de todos os imbecis Que nada sabem de Liberdades!...

A perversidade dos tempos Alastra e revela-se no seu melhor: Ataque total ao mais vulnerável cidadão. Não basta um governo em desnorte Nem uma presidência de País cheia de dislates de mau porte. O terrorismo económico. A sobranceria com que se ataca a liberdade alheia. Chega ao cúmulo de se privar de sinal televisivo global todo um Concelho. Meo e Zon em guerra aberta? O fascismo está a lançar raíz de novo no seio do povo? Basta a falta de respeito de um qualquer vizinho Que por sistema bate com a sua porta ao entrar e ao sair Criando rebuliço em todo o seu redor. Percebe-se então Como tudo anda em contramão Nesta suposta Democracia. E não  faltam espiões de vigia!...

Alvíssaras para quem consiga substituir a cleptocracia por todo um novo sistema político e filosófico de PAZ.
Sistema em que o respeito por todo e cada ser seja real. Em que a consciência profunda do que é a vida seja efectiva. Em que a liberdade de cada saiba respeitar a do semelhante. Em que o colectivo é a razão do individual. Em que o bem público se sobrepõe ao bem casual. Em que nada ou alguém pode ser vítima de racismo: social, religioso, étnico, cor de pele, económico ou outro. Em que o valor intrínseco de cada ser Reside na razão directa da sua capacidade para ajudar a criar felicidade e tolerância e bondade. Em que o crime é doença infecto-contagiosa e, como tal, é tratado. Enfim, em que nada possa ser marginalizado, porque tudo é fruto da criação, isto é, da vida que nos ultrapassa e define.

Se as amoras dos velhos silvedos ainda resistem Poderemos sentir Que um novo porvir É possível Na lâmpada que cada ser É e transporta. Os estádios da sacanagem costumam ser prolongados Mas... quando poluem a aragem Sabem que estão condenados. Deixemos fluir o tempo. As pétalas Das lágrimas dos silêncios Guardiãs de todas as dores Hão-de acenar aos Universos E reaver todos os versos Do primogénito instante Que revelam a maravilha Da inocência Que nos há-de purificar Desta maldosa fealdade que fervilha Nesta indecência que tudo quer matar Em nome da majestade Que morre de insolvência Como qualquer banalidade!...

O Mundo nunca será melhor enquanto soldados de ocupação prenderem uma criança de cinco anos que terá atirado uma pedra a um carro militar e vá buscar o pai e lhe vandam olhos e interroguem aos dois e venha um qualquer general dizer que não deveriam ter feito isso frente a câmaras de filmar. Na ausência delas já o poderiam ter feito? Já se esqueceram do holocausto? Não sabem o que é perdão e convivência com outros povos? Não são especiais. São o pior do que somos enquanto humanos.

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