terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

125 - Por Janeiro Madrinha livrai-nos Do Zé Arteiro Por Janeiro Há que escolher Estado Social ou Estado Capital Madrinha quem irá vencer Neste inverno por Janeiro O Zé Arteiro ou O Zé Inteiro Madrinha quem será primeiro Neste inverno por Janeiro ?!...

126 - Arrasta dores No caminho burguês Humano talvez Que aos senhores De tanto castelo Nunca serás o mais belo Apenas carregador De todas as necessidades Que as leviandades Dos velhos senhores Produziram Para bem do Mundo E os mundos sucumbiram Ao som dos tambores De que tudo pode ruir Se se não diminuir Tudo o que te fazia crer Seres humano ser Com direito ao sol Vá de retro arrebol Proclamam os castelos Tu vais chorar e guinchar Mas eles os belos Continuarão a mandar E a retirar Tudo o que te possa Fazer acreditar Que ainda és humano Até que digas BASTA e os mandes pelo cano.

127 - Há todo um arraial Que fervilha esconso nos poros de muita gente Pode ser coisa banal Mas não deixa de ter algo de sonso E cada vez mais nos olha de frente.Há todo um vento de jogral Que sorri com ar magoado Nas veias das vilas e cidades Há qualquer coisa de doido em Portugal Que canta canção com ar de fado Rastos novos de velhas desigualdades.Há todo um arsenal Que resfolga esquivo Nas gargantas das vielas Porrada que se agita em arraial Salto de rufia altivo Calçadas que querem ser estrelas. Há toda uma feira semanal Que se diverte esmurrando ideias No cansaço de tanta gente Há saudades do País trigal Que alimentava as veias De um Povo triste quando o mar está ausente. Há todo um tempo seminal Que nos luziu ao ponto de nos trair Com cantos e encantos de sereias Há todo um novo tempo germinal Que nos agride para nos fazer florir Derrotando vampiros e alcateias. Há todo um coral de asas de mar Sobre este corpo de escamas Que no sopro de um Povo se incendeia Há todo um querer rasgar Pedras e muros quando reclamas Liberdade meu País minha aldeia.

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