quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

133 - Ó terra minha Amada e triste Que em silêncio me amas Vais no caminho Por vezes me chamas Respondo e fico magoado Que pouco te demos Quando por nós tudo floriste Num jeito tão enamorado Ó terra minha Amada e triste Onde até o mar vem chorar Sabemos que falta despertar O Povo que luta e resiste Povo que somos de muito marear E tudo vê desperdiçar Povo que somos E dentro de nós Canta baixinho Lento e devagarinho Meu amor ó meu amigo Ergue-te de uma vez por todas Faz comigo as bodas Danças de rodas E ergue nova liberdade Que este terra que sou Tem do teu riso Saudade.

134 - Pouco a pouco Oiço dizer Que a madrugada Anda louca Esfaimada Por cada alvorecer Mesmo sem querer desperta gente Que muito tem de nada Pouco a pouco Vejo-lhe a carne aviltada Doente e revoltada Por tanta rua esgotada De gente confortada Pouco a pouco Vejo-lhe o corpo sofrido Vestir-se de luz Tornar-se colorido Para esconjurar Todo um beiral a gotejar Que o tempo não pára De resmungar Pouco a pouco Sinto que há muito a sufocar Pouco a pouco.

135 - Quero sonhar O céu a terra e o mar E planar Entre estrelas do céu e do mar Quero sorrir Toda uma nova manhã por abrir E florir Entre os poros de todo um povo a abrir Quero amar Cada grão de pólen a voltear E cantar Entre as ruas do sorrir e do chorar Quero sonhar O céu a terra e o mar Quero sonhar E semear E sonhar Quero.

136 - Difícil Todo este olhar o mundo E sorrir E cantar Quando a alma Treme a chorar Quando tudo Parece ruir E depois Percebemos Que a dor infesta Todos os poros De um tempo cansado Esganado Aldrabado E nós sentimos Orfandade maior De não haver amor Nos que dirigem um Povo E o roubam de tudo Com esgares de entrudo E voz de desdém.

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