segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Impressões digitais de um estranho País ( cont.)

130 - Banco Português (dos altos)Negócios. Templo da astúcia.Da aranha. Da inconfessável arteirice. Da rasteira. Do "bluff".Poltrona confortável Da pose honrada De tanto prestidigitador encartado. Imensa arena De todas as arengas mercantis.Matriz de todos os golpes Que derrotam Estados Que desonram Povos Que despem A soberba A ganância A cúmplicesabotagem Dos inefáveis senhores De todos os impérios Em acelerada decadência. As velhas senhoras do Nada. A desvergonha Das excelências. A nata conservadora Que tenta impôr servidões Reconduzindo ditaduras democráticas. Negando o sol a qualquer eira Empanturraram-se Nesse oásis da falcatrua. E tu Zé-Ninguém Ainda permaneces beato Dos que te colonizam?... Premeias a vileza?... O que és?...

131 - Somos terra e água. Barro que se amassa e molda. Ganha a forma que o oleiro lhe deu. E essa forma Ganhando vida própria Irrompe por aí Apreendendo Reapreendendo Pouco ou muito Tudo dependendo da concentração E deixa ou não deixa Acaba sempre limada Por tudo o que a ostenta como ser E é aquilo Que cada um dos outros Vê ou não vê Sendo para si O desnudo que não se mostra A qualquer outro.Um dia voltará ao pó Que já foi um dia Será apenas memória Se porventura o seu rastro Impregnou a vida dos outros. Um dia seremos apenas o que somos Quando já não o formos.

132 - O nosso rosto é A nossa mente E não propriamente O rosto que isto é. Precisamos de caminhar Na humildade do que somos E nunca propormos Tudo o que sabemos nunca lá estar.Poderemos ouvir Todas as línguas do mundo Mas nada é mais profundo Do que a que tivémos ao balir. Porque o nosso rosto é A nossa mente Que fala e sente Com a língua que nossa é.

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