quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Impressões digitais de um estranho País(cont.)

231 - Alice continua descoroçoada com o rumo do quotidiano português. Não vale a pena, digo-lhe, ficares com rosto de dia de borrasca. Ou, todos juntos, conseguimos mudar esta política e remeter os seus actores e autores para o caixote de lixo da História, ou eles darão cabo de tudo. Como não atingem as metas que pretendem, só têm uma receita: cortar em tudo o que é do Povo que trabalha e sofre os seus desmandos. Eles, têm que ser salvaguardados. Chega-se ao cúmulo de reforçar verbas para a caridade institucionalizada. Então... e criar condições para que se crie trabalho e as pessoas possam recuperar a sua dignidade? Agora, até a igreja católica se mostra ofendida com um ataque informático ao site do patriarcado. E diz que os portugueses entenderam mal o que o cardeal Policarpo disse quando opinou que as manifestações ou, até, uma revolução nada mudaria no sistema actual. A resignação sempre foi uma mesinha que o catolicismo sempre utilizou. Denunciar os desmandos do poder existente... é mais difícil. Salvaguardem-se as vozes que, também no seu seio, vêm a terreiro denunciar e insurgir-se contra o poder. Já é tempo da hierarquia eclesial católica acordar para os tempos que vão correndo. Claramente: estão do lado dos que sofrem ou do lado dos que oprimem? A fé pode ser importante mas nenhuma teologia os salva da traição à própria fé quando se colocam do lado dos que oprimem os Povos. E Portugal está já a ultrapassar o limite do possível. A governação está de joelhos e aceita , sem questionar, a colonização pura e dura do capital.Todos os dias humilha o trabalho e corta as possibilidades dos que tentam apontar novos e mais sérios caminhos para salvaguardar o País e o Povo. Todos os dias a actual governação trai a Pátria e a sua história de mais de oitocentos anos. Todos os dias se multiplicam as carências sociais e os empobrecidos e os miseráveis e...engordam, obscenamente, os detentores da riqueza ( nacionais e internacionais). Já agora, não se esqueça, snr. Cardeal Policarpo de cumprimentar a "imperatriz" alemã. Ela vem visitar a colónia que decretou. E depois diga que é uma questão de fé. Seja como for: as lutas dos trabalhadores e do Povo em geral estão em cima da mesa. É urgente reformular ideias: Estado é o conjunto dos cidadãos. Quando se diz que o Estado não é pessoa de bem, cometemos um grave erro: quem não é pessoa de bem são os gestores do Estado. Os representantes escolhidos pelo Povo. E se este se enganou ou foi enganado, tem o direito de correr com quem o traiu ou com quem lhe malbaratou a vida. Os subsídios de desemprego, de doença, os abonos familiares, até o RSI, não são benesses. São o direito de quem descontou ou desconta para que tal aconteça. Tal e qual como com o SNS ou a Educação Pública. Aliás, se não fosse esta última, muitos dos que hoje traiem o País e o espoliam de tudo, não teriam chegado aos postos cimeiros onde o acaso os levou. E avançamos para a greve geral. Arma maior do Povo que sofre. E muitos já começam a pensar em avançar para os tribunais com queixas crime contra os governantes que tudo querem cortar e deixar toda a gente a definhar até à morte final. É tempo de todos, sem excepção dizermos BASTA a toda esta política de capitulação total ante o capital que encontrou em Portugal e em alguns dos portugueses excelentes alunos, óptimos serventuários ( para não dizer lacaios) e a melhor cobaia para experimentar o modo de abater a Europa Social, Democrática e pluricultural. Urge reforçar a consciência cívica de todos e mudar esta política que nos esgana a vida presente e futura.

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