sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

230 - Farmacêuticos, proprietários e trabalhadores da restauração, estivadores, rodoviários, funcionários públicos centrais e autárquicos, jovens formados a nível profissional e universitário, professores, enfermeiros, militares e polícias, entre todos os outros, activos e reformados, tudo está num sufoco: o País já não aguenta mais austeridade. Estamos a comprometer o real dos nossos dias e... o futuro de todo um País que já mais se assemelha a uma colónia e, como todas as colónias, escravizado e nas mãos do estrangeiro, seja ele qual for. Basta que olhemos para quem detém ou vai deter os capitais das empresas, sejam elas comarciais, industriais, informação ou culturais. Por falar em cultura: quando não há din heiro para a sobrevivência, também não o haverá para a cultura. E se um País, um Povo, não tem acesso à informação credível e a actos culturais que o façam avaliar e lhe formem a crítica positiva, como poderá progredir? Rejeita-se a saudade de um País a sério. Queremos construí-lo e nunca anulá-lo. A direita e o centro direita j´+a deram o que tinham a dar. Agora, é tempo de o Povo con vocar a esquerda para que, consequente e responsavelmente, conduza o País para uma verdadeira democracia em que o Povo seja, de facto soberano e se levem a tribunal todos os responsáveis pelos desmandos economicistas e de mero lucro que tiveram e que criaram toda a crise que se vive. Cá e na Europa. Aliás, façam o que fizerem, a Europa está no dilema: ou escolhe defender e projectar todos os seus Povos para uma democracia séria e progressiva, logo, social, ou implodirá. Não dá para mais brincadeiras nem jogos de poder. A Alemanha não é nem nunca poderá ser dona e senhora da Europa. Não há espaço para novos impérios. Todo o ideário liberal ou neo-liberal que conduziu à ditadura dos mercados e das bolsas especulativas, está a trazer-nos o caos. Novas escravaturas? Cremos bem que não. Basta de toda esta conspiração contra os Povos. O planeta é uma aldeia a girar no espaço bio-cósmico. A sustentabilidade ecológica exige a sustentabilidade humana. As grandes fortunas têm que aprender que têm que acorrer à fome e à miséria que geraram. Ninguém é don o de nada. Todos somos usufruidores de tudo. De forma razoável e sustentável. Cá por casa: os jovens assistentes do governo terão que aprender a humildade de perceber que, para lá do que possam ter conseguido a nível académico, nada sabem da vida e que, antes de serem especialistas ( de coisa nenhuma) terão que viver a vida em todas as suas formas e fórmulas. Só depois poderão opinar. Até lá, o emprego que detêm, além de ser transitório, é a maior falácia que lhes foi dada. Eles não são culpados da vaidade que lhes injectaram. Criminosos são os que os contratualizaram e lhes fizeram crer que eram especiais. Nunca se esqueçam que já Patxi Andion cantava no século passado que esta burguesia era o excremento da civilização. De facto, se já foi revolucionária, tornou-se, com o decorrer dos tempos, na coisa mais exacrável. Precisamente por se ter deixado acorrentar ao pior da coisa humana: a predação do seu semelhante, ou seja, canibal pela via económica e social.A evolução tende para o melhor, nunca para o pior. Se escolhe esta última via, adoeca e faz perigar todo o plano bio-cósmico. E isto, a lei da Vida não consente e, tarde ou cedo, se fará pagar. Porém, os Povos não podem ser castigados pelos desmandos de meia dúzia dos seus semelhantes. Todos os tiranos ou tiranetes foram castigados pelos tempos. Aos actuais, o tempo esgota-se. A confluência das lutas sociais que, da Europa, estão a surgir é a prova disso. A esperança está no horizonte, apesar da via dolorosa que ainda todos teremos que cumprir. Prossigamos na estrada da denúncia e da verdade e da razão. Os Povos têm direito a ser felizes, vivendo.

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