segunda-feira, 28 de maio de 2012

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

206 - Continuando com o manuscrito do snr. Tempo que Alice nos trouxe: Que de barcos trouxeram novas da esperança Que de sapiências mitigaram a descrença Nesta terra aviltada por tanto Sancho Pança Que qualquer Dom Quixote já não faz diferença?! Que de salinas nos podem dar o sal Que nos condimente tanta sensaboria Tudo se agarra ao que era usual Que já se teme que a noite seja cais do dia. Que de inovações seremos capazes Se não soubermos inovar consciências Vícios antigos só nos deram bons rapazes Que nos fintaram todas as transparências. Que de tempo novo havemos de cumprir Neste olhar o mundo a arriscar Nunca à transigência poder sucumbir Jamais o logro poder entronizar.Revolta... a terra precisa de revolta Para poder de novo emprenhar Tudo o que acaba já não volta Tudo o que se perde difícil será reganhar. O velho mundo agarra-se ao velho sistema Para que os seus dignatários não fiquem nús O tempo novo não suporta o velho esquema Que se desculpa com que os novos ainda são crús. Abram-se portas a toda a nova claridade Invadam-se todas as terras abandonadas Nas pequenas crenças há uma possibilidade De novas geografias com novas coordenadas. Acabe-se de vez com tanta sofreguidão Todos têm que ser chamados à fogueira A vida precisa de um novo coração Que por todos bata de nova maneira. As flores das várzeas já não resplandecem Ante a seca que nos fragiliza a verdade Passo a passo ou dor a dor nos falecem Todas as ousadias da nossa liberdade. Andamos resignados ante a impotência De reagir contra tudo o que nos invade Com toda a carga de falta de transparência E o fatalismo da traição que nos grade.Precisamos de uma nova ousadia Que nos encha o crâneo de descobertas Ter de novo na alma mar de alegria De beijar a alma das verdades encobertas. Dos velhos trazemos a âncora da História Dos novos fabricamos ousar o futuro. Que não se tente branquear a memória Para que o hoje não nos dê pão mais duro. Saibamos desfraldar velas ao vento Nos mares incómodos de cada hora Abrir novos horizontes ao pensamento Sem que a História nos deite fora. A verdadeira democracia reside no Povo O seu poder A sua expressão O seu querer.Sendo certo que nada pode haver de novo Sem que haja um pensamento a FLORESCER. e SERÁ ASSIM QUE A CULTURA E A ARTE São ventres profícuos de mil futuros Nada deste binómio poderá ficar de parte Tudo o que for impedido criará muros. Não há progresso sem ousar arte e criação Nem liberdade sem que haja a passagem Da profunda seiva da impensável inovação Que nos crie um novo tempo em nova aragem. Façam o que quiserem por mais voltas dadas Quem não souber dar portas livres à inovação Não poderá nunca falar de gentes libertadas Muito menos de pátrias livres e de criação.

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