sábado, 13 de novembro de 2010

Impressões digitais de um estranho País (livro em construção) Comt.

83 - Até quando nos autorizamos A morrer neste vagar De muito amolecer Esperando o que não esperamos Como areia ou pedra na onda do mar? Até quando nos lamuriamos Nesta orfandade da vida Quase saudade De tudo o que desejamos Como utopia arrependida? Raios nos partam Tanta cegueira Raios nos partam Tanta covardia Raios nos partam Tanta bandeira Com que tudo nos atrofia. Há que mudar de bússola Que a que temos já avariou. Tudo o que não liberta pessoas É fraude que não amainou.

84 - Quereis sonhar? Investi na razão Com o coração E sabereis navegar No oceano profundo Por mais tempestades Que afronteis As sabereis deslaçar Construindo de facto Um novo mundo Onde a competição Apenas tem esta auto-interrogação: Quantas mais mãos nos faltam dar Para ganhar Um pouco mais de luz?! Neste real onde perigamos Só ganhamos Treva e dor Por muito que inventemos risos Mascarando o choro Que nos alaga.

85 - Quero ouvir-te dedilhar A vida que somos quando Olhamos sem mastigar O terno clarão do horizonte. Bailando como navegando Saudamos a essência do marCom um génio de um puto Saltitando sobre uma ponte.E nem sequer disputo Qual de nós é a luz Que ilumina tudo o que damos Neste tempo de credo e ai-Jesus Apenas quero ouvir-te dedilhar Nas tranças da lua-cheia Tudo o que somos neste doar A vida que nos incendeia.

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