segunda-feira, 6 de setembro de 2010

impressões digitais de um estranho País ( livro em construção)

1- Trinam pardais Algazarra que desperta Na árvore do sono. Sacudo Primeiras escamas do sol Titubeando dia que começa Ovo que abre Túnel que acena Luz.Excelentíssimos prostitutos & excelentíssimas prostitutas Aperaltam-se Correm Enfiam-se nos topos-de-gama Que os hão-de levar às administrações Dos latrocínio0s Autorizados pelo sistema. Além da prostituição de luxo que praticam Refinam-se na profissão alternativa Carrascos dos que produzem Tudo o que eles mercam Armados em senhores do Mundo Em senhores do lucro Que apenas lhes parafinam os genitais Para melhor pos saciar Na sua febre predadora De meros títeres Dos tiranos sem rosto Que ordenham políticos Demasiado fiéis para que não sejam Prostitutos Traidores dos Povos Que amam Com tanta devoção Que os matam em câmara lenta Para bem das Nações Dos estados Do sistema Que a todos engorda Menos aos Povos Que sobrevivem Entre feiras de vaidades & Sonhos Sempre adiados Para o amanhecer seguinte. La vie N'a pas du temps Mais la vie C'est le temps Que c'est ta vie.

2-E o rio Corre Escorre Transporta Almas inquietas Borboletas que pintam Primaveras Nos dedos sujos de terra Das crianças Enrugadas Que semeiam vidas Na vida que o rio pulsa. Incêndios lambem Montes e vales Planícies e tundras Florestas e savanas. Frutos do tempo em brasa E da mão sem crâneo. Como a ira dos rios que diluviam Terras e países de pobres Almas resignadas aos destinos Que o destino lhes escarra. No mercado diz-se que a dor A lágrima O luto São mercadorias de muito valor Lucro certo Para quem rapina a vida. O rio lembra Que a morte Não os deixa levar bagagens. Mesmo sem elas Não param de rapinar. E as dores de tanto doer Já não dóiem. E o rio lambe Estas margens Onde os corvos Saltitam em busca de girassóis.

3-Preconceitos são Portas que te fegham Na mesquinhez Da vidinha Conforme catálogo vigente Poderosas tesouras Que podam asas Para que não voes Para que não ouses Mais do que te for permitido Por quantos têm sabujado a vida Que respiramos. Preconceitos são A ignorância que cultivas Como lantejoulas de uma cultura Que nega a Cultura Essa libertação crescente Que os espertos dos lemes Temem e odeiam. A liberdade Quanto ,aior Mais em cinza e lama transformará A esperteza predadora. Preconceitos são Campos de extermínio Para o diálogo O abraço A ternura A delicada essência da vida Que um dia vencerão mesmo que seja Na raia da sobrevivência. Os teus medos são apenas As tuas grilhetas de escravo.

4 - Se os mercados Forem os donos dos Povos Andaremos a vender Almas humanas Envenenando o âmago Da vida humana. Quando um eco-sistema é envenenado Algo impostante da vida se perde. Nascemos para a luz. Somos luz Mesmo que tenhamos que troperçar nas trevas e nas sombras. Porque haveremos de querer Apagar a luz que somos?

5 - A ciência diz O coração tem memória e consciência Sensitivas. Miríades de astros encontro No teu olhar. Cometas de ternuras Disparam dos teus gestos. Danças. Com roupas de vento e aromas de anjo. Do teu regaço O regato de água Ainda pura. E bebo. Matar a sede Meu grande assassinato. Não tarda Mergulho o corpo No teu regaço. Sorrio. Luz que floresce. Abraço Mundo. Regaço Vida. Dedilhando galáxias No ocaso dos dias. Galope de cores. Trote de sentidos. De cansado Onde adormentar Meu coração?

6 - Ouve o teu útero. respira. Dilata-se o teu ventre. Tenda beduína No imenso deserto. Dizes Tenho um filho. Maravilhas-te com a pequena vida Que leveda em ti. Não sabes. Não suspeitas. És apenas o portal Poronde um novo mundo Um novo universo Há-de fluir E espantar Todos os outros Que neste circulam."Cavalinhos a correr Meninas a aprender Qual será a mais bonita Que se vai esconder?!" Cântyico dos Mundos antigos. Olha o imenso universo. Aquela? Aquela? Aquela? Porque não a tua Para que a alvorada que em ti se anuncia Surja Enigmática Como todos os futuros portais Que por nós anunciam Oceanos futuros Destas galáxias Ainda tão mesquinhas?!

7- CHIU!...Chiu!...Chiu!...Psst!...Psst!... Os grandes do Mundo Vivem Num imenso mundo alienígena Que ameaça A tua pequena bola de trapos Com que jogas a vida No terreiro da tua perplexidade. Chiu!...Chiu!...Chiu!...Psst!...Psst!...Os deuses que te impõem Já não te escutam Que nada têm a ver Com os deuses Que escutavas No clarão dos tempos.Chiu!...Chiu!...Chiu!...Psst!...Psst!... Germes Bactérias Vírus Moléculas Violam o teu corpo gastam e desgastam as tuas fortalezas Precisas de antídotos A ciência chega-te mais cara Que as velhas naus das Índias Tornas-te um peso Incomportável Os alienígenas Sorvem Mais e mais A tua seiva. Chiu!...Chiu!...Chiu!...Psst!...Psst!...Os nomes são A independ~encia dos seres Rodam em torno de ti rodopiam em torno de tudo E por tanto rolarem Acabam num vórtice A baba imensa do esquecimento Raros os que escapam Ao remoinho Das mós alienígenas !...Chiu!...Chiu!...Chiu!...,

8 - Cheiros esparsos sinais da terra húmida Sensual Que nos impregnam De claridade De asas que flutuam No imenso azul que somos!...Os vozeiros que estalam Racham quietudes São a voz da bruxa Que tenta rasgar A mansa melodia Dos movimentos!... Festa Infesta A indigesta melancolia Dos pacientes da vida E o circo Retoma O fluxo E o refluxo Da nossa pobreza Coroando-a Com toda a riqueza da nossa liberdade De sonhar.Que tropecem os cavaleiros negros!... Recuperamos a virgindade Quando nos emocionamos!...Nascemos e crescemos Para criar Melodia e harmonia...como apagaremos esta escravatura Que apenas nos desgasta e corrói Para nos aniquilar?

9 - Sete cadelas Umas novas Outras velhas e relhas Porosas de cios Raivosas de tudo o que não consomem Descarnadas pela inveja Do que farejam Ou julgam farejar No resto que as rodeia Quiseram criar matilha Aleivar Um pobre cachorro Que apenas respirava luares. Ensandeceram Despeitadas Por não entenderem Que a rejeição Nasceu de mais morderem Do que lamberem. E se o infeliz cachorro se defendia de tais sandices Não almejou mais Do que enraivar A raiva da matilha E quem o via Longínquo de tudo Tomou como certo Ser ele o veneno E não a matilha Que apenas lhes metia medo Sobretudo se tentavam Ajudar o cachorro. assim se rasgam verdades E entronizam mentiras. O cachorro acabou ermo Nos caminhos. A matilha Purulenta de rancores.

10 - O sotaque da noite Inscreveu no horizonte Uma enorme fenda Janela plena de astros de onde escorria A água mais pura Cintilante Vibrante Pura Noiva de caminhantes Vaporizando A dureza gretada Encardida ressequida recozida pelo fogo Desta terra Onde tudo parecia Estátuas presas Na melancolia Onde o vazio N~ºao se cansava De poeirar. E o meu olhar viajante Mergulhou Naquele imenso jorro Eo tempo evaporou-se E a dor emigrou E o mar voltou Num abraço de estrelas e algas Sendo eu o barco De todas as inquirições. senti-te no âmago Do sorriso E abandonei-me ao enlevo De te sentir De te cheirar e saber Que a vida se afirma No abandono No despojamento de tudo. Só por isto Não quero Não posso perder-te mesmo que o meu olhar Volte a encher-se de salinas.

1 comentário:

  1. O Gonçalo diz para pôr aqui o quanto ficámos felizes por te ter assim, pertinho, disponível, online... E eu acrescento que esperamos que seja para te ver em muitas páginas de escrita incendiada. Abcs,

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