domingo, 3 de novembro de 2013

Impressões digitais de um estranho País (cont.)

262 - Alice, diz-me que o País está num ca Ros: corta-se a luz em bairros sociais e, até a água. Aumenta a violência doméstica na proporção do desemprego sem direito a... nada!... Corta-se o RSI e os subsídios de desemprego, 6%, e de doença, 5%. Enfim, diz ela, tudo sufoca menos um governo que em tudo vê maravilhas e final de crise e de protectorado.

Pois!... convém tentar pôr alguns pontos nos is: Partidos, Sindicatos, Igrejas, Presidência da República, Governo, Assembleia da República e outras instituições, não são propriamente abstracções. Tudo reflecte aquilo que as pessoas que as formam, são.

Quando um Governo corta às cegas e a torto e a direito e crê que faz Reforma de Estado, é caso para perguntar se houve alguma festa que descambou em farsa etílica no Palácio de S. Bento. Quando um Tribunal Constitucional, declara inconstitucional qualquer acto ou decisão governativa ou lesgislativa, deve não só ser acatado, como resolvido a contento. Agora quando se ameaça, se deturpa e até se humilha o Tribunal e se dá a volta ao texto para impingir o mesmo ou pior de outro modo, estamos ante gente de má-fé e, pior, covarde, vingativa e propensa a ser ditadora.

Quando se destrói, desmotiva, humilha todo um funcionalismo público e se chega ao cúmulo de lhe cortar salários e pensões e se anuncia grosso despedimento e anulação de locais de trabalho para depois dizerem que o que restar vai ser melhor pago, estamos, sem sombra de dúvida, ante assassinos da moral e da ética, vigarista de alto coturno e ladrões de vidas.

Quando a AR é usada como palco onde todos os instrumentos que empobrecem um Povo, lhe reduzem direitos sociais e lhe limitam a cidadania e se teima em lhe chamar, Casa da Democracia e se considera leg´timo representante do Povo quem legisla contra esse mesmo Povo e a Democracia, estamos ante traidores da Pátria.

A coisa pública não é nem nunca será igual a coisa privada. Olhar qualquer instituição pública com o mesmo olhar com que se olha a privada é acto de aventureirismo irresponsável e criminoso. Pior, quando se pretende privatizar tudo o que seja público. A traição persiste e aprofunda-se.

Quando um simples Presidente de Câmara nomeia, para seu chefe de gabinete, o Presidente da Assembleia Municipal respectiva, estamos a inverter toda a lógica democrática, toda a ética e a moral políticas, ataca-se a essência do que é o Poder Autárquico e ataca-se a Democracia. São os mesmos que entendem que uma Câmara Municipal e um Município se igualam a uma empresa privada e como tal serem geridos.

Quando se cortam funcionários e verbas ao Tribunal Constitucional, ao Ministério Público e demais magistraturas e tribunais, estamos ante fascistas que, por mais que se travestizem de democratas, atacam a independência institucional e constitucional da Justiça ante os poderes políticos e económicos. Compromete-se um dos pilares basilares da Democracia e do Progresso Tudo isto só pode interessar aos criminosos de colarinho branco que tomaram o poder à custa de trafulharem a ingenuidade e a boa-fé de todo um Povo.

Quando se acorda, no actual contexto, qualquer acordo entre a esquerda e esta direita, estamos ante duas coisas: ingenuidade tacanha ou mero calculismo de uma partidocracia que se marimba para o País real. Depois... não foi há dias, na AR, que o Ministro da Defesa, referindo o acordo governativo da Câmara de Loures, perguntou se o PCP e o PSD se puderam entender porque não se alcançava um acordo maior para viabilizar a Reforma do Estado que Portas propagara dias antes e que não é mais do que a destruição do Estado Social?!....

Seja como for, o País das Maravilhas da nossa querida Alice, já se foi. Agora, temos o ataque, cada vez mais descarado, à Democracia e as extrema-direitas, neo-nazis, a levantarem-se, a manifestarem-se, enfim, a aprofundarem a respectiva organização e... visões sombrias?... Se estes  centro-direita se mostram atacantes da Democracia, é dever das Esquerdas se unirem e serem, de facto, a alternativa real a todo este espectáculo de humilhação geral dos Povos a que estamos a assistir e a sofrer na carne e na alma.

Portugal merece respeito, esperança, dignidade e progresso político, económico e social. Nunca será com esta gente, centro-direita, que tal se conseguirá. Quem com eles teime em celebrar acordos de conveniência, mesmo pontual que seja, são cúmplices da traição à Democracia que eles personificam com toda a propriedade.

NOvembro: dia oito, greve geral de toda a FP. Dia vinte e seis, nova manifestação de protesto em frente da AR contra este OGE.

Pelo meio, outras tantas lutas de outros tantos sectores. Pouco a pouco a rebelião alastra até que o País e o Povo exijam a proscrição de tais traidores da Pátria e que tudo têm roubado e vigarizado em nome de uma estratégia de destruição de Paíse e de Povos em prol de uma nova ordem Mundial que é negra menos para o Capital. O caminho da desumanização está em aceleração. Concordaremos com tal?

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